Tanto frio, tanta dor e agasalhado o melhor possível
para não tolher os movimentos, toca a desempenhar a função que o dia destinava,
estivesse o tempo que a Natureza lhe desse na gana.
O corpo tremeu ao primeiro momento que levou
com aquele frio de portas escancaradas.
E o mais incrível é o correr para trabalhos
que possam aquecer este frágil corpo, votado a estas andanças climáticas tão
repentinas. Mas tão necessárias, para a estabilidade da pequenada.
São horas e horas a fio neste clima que
enruga a pele e estremece os frágeis ossos. Que são obrigados a esticanços permanentemente.
Os dedos ficam envolvidos num formigueiro esquisito.
É o sinal do enregelar e à que tentar aquecer o mais rápido possível, senão a
dor torna-se insuportável.
Já assisti a colegas chorando quando as mãos completamente
geladas, voltam a aquecer. E aí é que são elas, a dor torna-se terrível.
Agitam as mãos tentando afastar a dor que os
apoquenta e quanto mais agitam mais a dor levita!
A meio da manhã toma-se um café quente,
quentinho! É um prazer saborear meia dúzia de goladas deste liquido tão necessário
como precioso.
Aquece o corpo. Faz fluir o sangue
normalmente e desperta o cérebro, para o continuar da tarefa já destinada.
Somos meia dúzia! Nesta tarefa de concluir
trabalhos à hora e acabamentos necessários.
Formamos uma bela equipa, poucos mas bons!
E como poucos, é normal sermos de fácil vigilância
e no meio de dois berros, quando as coisas não correm da melhor maneira. Tudo
se faz e no final saímos juntos de cabeça levantada, conscientes que a tarefa
do dia foi amplamente conseguida.
O frio, esse, acalma um pouco quando o almoço
se aproxima. E no calor de duas buchas e sobremesa caseira feita no momento. Voltamos
a ganhar energia para o que resta do dia.
E quando a tarde ainda é tão criança, o tempo
volta a agitar-se bem por cima das nossas cabeças. E desce, desce. Não sei que
por qual escada. Atingindo-nos, com toda a força. Já as forças nos vão
faltando.
Por fim regressamos!
Gelados, mas nada desesperados.
Amanhã será outro dia e o tempo vai sorrir
com um niquinho de solzinho!
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