A semana foi marcante!
O cérebro sentiu
o frio intenso. Coitado, tantas horas a seguir vários trilhos.
O corpo. Sem forma de evitar a neve, entrando pelos
agasalhos que se diriam resistentes.
Os dedos. A quebrar com o gelo, onde tocavam ou
simplesmente pousavam.
Este, o cenário de Segunda a Sábado. Com a temperatura
a subir a cada dia, atingindo os menos doze graus e meio, no pico da semana. Terminando
no Sábado com menos dez bem cedo. E pelo meio-dia, o sol deu um ar de sua graça,
fechando uma semana, onde a dureza não teve obstáculos.
Com o corpo neste estado era preciso uma enorme sacudidela,
para fazer desaparecer as mazelas da Natureza prensadas dos pés à cabeça.
O barzito cá da esquina foi o local para dar início ao
degelo e sacudir os gemidos físicos e psicológicos, ouvidos e sentidos na
semana.
Onde a pista proporcionou ao cérebro, deixar o frio
que não largava o canto esquerdo, como já fazendo parte da assoalhada.
A música deu andamento ao corpo num ritmo inicial
brando, para não obrigar o esqueleto a abanões feitos de enormes esticões.
E as mãos deram forma a um bailado apontando as várias
luzes de meia dúzia de cores que surgiam das amarras. Libertando o gelo acumulado
e desde o mindinho ao anelar, convidavam os rostos belos a bailados que a nula linguagem
não dava continuidade.
Assim, a noite foi ganhando espaço. Dando horas para a
diversão e para a pista sempre renovada, encher-se de caras novas. Uns entravam
ainda agasalhados e outros, era chegada a hora de regressarem.
Há momentos em nós (falo dos que também me
acompanham), que nos transcendemos.
Umas vezes talvez, por já nos sentirmos bem bebidos. O
que não foi o meu caso.
Outras, como esta. Sentia a energia que me envolvia de
tal forma intensa, pronta a ser libertada. Penso, devido à semana decorrida. Que
lhe dei ordem para me comandar e durante horas levitei suavemente, deixando-me
embalar pelas músicas conhecidas. Ora no chão raso da pista. Ora no pedestal
dos destemidos.
Por momentos isolava-me de todos. E imagens de tempos tão próximos, acorriam ao meu cérebro, já envolvido num calor magnífico.
Estou cá, irei estar sempre.
Aqui é o meu canto,
eu escrevo e tu lês.
Existem sempre formas de estar próximo!
O importante é divertir e libertar-me sempre da semana
que finda, preparando-me para a seguinte que não tarda.
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