Estou cansado!
Saturado das nuvens negras que povoam o meu
céu!
Necessito de fechar os olhos e ver o céu azul
com o brilho intenso do sol, a bronzear o meu pensamento.
Anseio pelo apego de uma mão, para caminhar
por entre as ondas do mar tão perto e sentar-me nos bancos de madeira, trocando
um carinho amoroso para me abrir o meu sorriso de criança.
Quero estar perto de quem me anseia. Só assim
sinto a paz que me vai tranquilizar o meu frágil coração. Já um pouco cansado
em aguentar as investidas frustradas constantes, de penhascos andantes, que me
toldam os movimentos e electrizam a razão.
Quero parar de percorrer caminhos sem fundo. Onde
o negro se confunde com a razão de um sustento, na mente de seres que se dizem inteligentes.
Cruzei carris desde miúdo para sustentar a família.
Perdendo memórias que fazem hoje parte da história de muitos amigos que
enquanto corriam atrás do papagaio, sorriam felizes e adormeciam derrotados
pelas diabruras.
Derrubei o muro da tranquilidade em me sentar,
para oferecer ao lar tudo o que os meus bolsos guardavam.
Abri atalhos à catanada, na busca de remediar
vários percalços, em voos sem destino, encontrando marionetas presas por um
fio.
Ofereci-lhes duas mãos cheias de cordéis,
para os puxar de um afogamento prematuro e logo que se viram fora de água,
trataram de me jogar para as areias movediças.
Não me quero arrepender de ajudar!
Porque nasci com este pecado, hoje em dia
original.
Quero partilhar o meu saco de nacos de vida.
Cada naco, cada ser!
Adorava
que ao acordar e saísse para a minha labuta, encontrasse a honestidade. Era o
presente mais rico que podia encontrar.
Mas não posso esperar isso de pessoas baratas!
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