O sol, essa maravilha, tenta despontar numa
manhã a afugentar o vento.
Ouvem-se os corvos impacientes pela comida
neste início do dia.
Caminho pela estrada estreita e durante meia
hora, só três viaturas se cruzaram comigo.
Cavalos que deixam os estábulos, sabendo
chegada a hora da ração. São as minhas primeiras companhias, curiosos por verem
alguém nada habitual por estas bandas.
O verde cerca-me neste Outono a ameaçar a
neve. Por isso as colheitas já foram arrancadas à terra, num frenesim sem fim.
Neve que chegou sem aviso e em algumas zonas,
já pintaram de branco os caminhos de quem foi apanhado desprevenido.
E continuo o meu caminho.
A noite foi fria e ventosa, por isso a
estrada onde entro, ligando à vila uns quilómetros mais à frente. Está
salpicada de vestígios de ramos das árvores e as bermas cobertas de folhas num
amontoado castanho esverdeado.
Não se avista vivalma, é um sossego que até
dá arrepios de tanto silêncio.
Só o vento para agitar a pacatez e uivar para
combater o silêncio.
Lá avisto alguém numa correria de passo
apressado, no jogging de domingo.
Apercebo-me da curiosidade nos seus olhos ao
ver um sujeito ainda a manhã afasta os resíduos de uma noite fria, caminhando
calmamente calcando as folhas e olhando o céu como companhia matinal.
Fartei-me de andar e contar as árvores!
Volto para trás na esperança de….
Nada muda este cenário campestre, bem
infiltrado para se esconder da azáfama citadina.
E nada melhor que o quentinho do fogão a
lenha com o cafezinho a aquecer o que lá fora arrefeceu.
Assim se iniciou o meu domingo.
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