quinta-feira, 23 de abril de 2009

José Sócrates Igual a si Próprio

José Sócrates veio a terreiro fazer um balanço, bem à sua maneira dos males que o País e ele atravessam e apontar as soluções para combater as aflições do País e dos portugueses.
Escolheu para tal optar por uma entrevista no canal estatal e logo aí começaram as desconfianças.
Sócrates esgrimiu até à exaustão, a tese da perseguição a ele próprio. E destacou a TVI, mais propriamente a jornalista Manuela Moura Guedes (através do jornal que ela apresenta às sextas feiras), como o baluarte de uma campanha de autêntica perseguição à sua pessoa, que também segundo ele ultrapassa já todos os limites.
Olhei aquele rosto durante uma hora e vi nele certezas que Sócrates guarda para si, mas que o olhar teimou em o denunciar.
Sócrates sabe que vai ganhar as eleições! A única duvida é se vencerá pela maioria ou não.
Para isso ainda tem alguns meses pela frente e em ano de eleições existe sempre dinheiro para uns brindes que aguçam os mais desfavorecidos, que pagam com o voto aquilo que mais tarde terão que devolver de uma maneira ou de outra.
Sabe que não tem rivais dentro da oposição. Os seus rivais são a comunicação (alguma) e os resguardados pela sombra, que esgravatam como cães raivosos na intimidade dele e tentam trazer cá para fora casos, que também eles estão enterrados dos pés à cabeça, mas esquecem-se que hoje é ele, mas amanhã serão os resguardados. Porque todos eles estão mergulhados no convés do barco das embrulhadas.
Sócrates terá o meu voto como o teve anos antes e como o PS, sempre teve!
Mas isso não invalida que lhe note graves lacunas na sua governação.
Criticar com educação, ajuda na evolução de abrir horizontes para pelo menos não se cometer os mesmos erros. A crítica construtiva eleva a auto estima de um povo quanto mais não seja a mim próprio, que me garante a certeza que não estou parado a ver como vão parar as modas.
Sócrates, continuando a olhar para aquele rosto, mostra-me o político homem e não o homem político!
Ou seja o politico na sua essência. O político igual a muitos outros que deambulam por essa Europa fora.
O político que olha para estatísticas muitas delas manipuladas em pormenores, para justificarem reformas que tapam buracos aqui e ali. Que na maioria dos casos se limitam ao pontual e não resolvem problemas de fundo.
O politico que tem sempre razão! Uma razão que é conseguida com o dar a volta ao cerne da questão e assim vai levando a água ao seu moinho.
Um politico que perante a pergunta de “se põe as mãos no fogo”, assume que sim perante os seus colaboradores directos, apesar de toda a controvérsia que se instalou ao seu redor.
O homem vem em segundo lugar! Porque o homem é mais humano. É mais sensível a dramas sociais. Mais aberto a ouvir as forças vivas da sociedade que voluntariamente dão um pouco de si para travar esta degradação Social em que caminhamos a passos largos.
Claro que quem ocupa um cargo político de enorme envergadura terá que ser primeiro e acima de tudo político e só depois homem.
Mas Sócrates mostrou inteligência. Mostrou preparação para o cargo que ocupa. E como durante estes trinta e tal anos de sucessivos governos Portugal não evoluiu para melhorar a vida de milhões de portugueses. Sócrates terá mais um voto de confiança para no mínimo segurar este país que se vê num labirinto sem encontrar a porta de saída. E como Sócrates já lá entrou, terá que ser ele a encontrar a porta. Ao menos já lá está dentro. Enquanto se alguém vier de uma vitoria (que duvido acontecerá), o tempo que vai demorar a lá entrar será o descalabro, porque tempo é o que escasseia para elevar os índices de confiança de um povo abatido, sem confiança e resignado.

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