terça-feira, 21 de abril de 2009

O Palácio do Começo do Meu Primeiro Milhão


No domingo pela manha rumei à capital, aproveitando uma ida de trabalho na segunda e usufruindo do Domingo para um mini descanso longe das rotinices e perto do reboliço.
A viagem foi rápida, o sol acompanhou-nos passo a passo e brilhando-nos com o seu agradável calor, saboreamos umas horas relaxantes rolando estrada fora rumo ao destino pré programado.
Lisboa recebeu-nos como quem recebe um minhoto vindo a Lisboa uma vez por outra, enchendo os seus espaços e juntando-se aos milhares que calcorreiam as calçadas, de uma zona nova, construída no tempo das vacas gordas, bem a tempo de lançar Lisboa para as bocas do Mundo e a abraçar milhares de pessoas que diariamente fazem desse local o centro de uma visita que no meu caso levou-me a jantar um bacalhau à lagareiro e no final a uma visita ao casino de Lisboa, onde assisti ao vivo ao concerto do Jorge Palma com um olho e com o outro á vitoria do Benfica, que desta vez encheu o copo e acertou quatro vezes e podiam ser sete numa baliza tantas vezes fechada a sete chaves num azar que já se tornou hábito, em épocas sucessivas de promessas que vão desaguar no atlântico, arrastadas pelo Tejo que passa bem perto da catedral sem papa.
O Jorge esteve igual a si próprio! Uma barriguinha que desponta por dentro da camisa que se solta calça a baixo, sinal de exageros já não contidos. Cantou naquele estilo peculiar e encantou uma boa casa, numa sala em forma de pista de circo onde os espectadores numa espécie de redoma eram a segurança de um Jorge feliz, com o dever cumprido e o cachet garantido.
No final rumei a Sintra onde me levava o trabalho logo pela manha. E pernoitei num hotel bem longe de casa e tão pertinho do mar. Onde aquele aroma logo á chegada numa noite já bem longa encheu-me a alma de sensações e o espírito de recordações de um tempo que já lá vai, mas que faz parte do meu álbum de glória.
Adormeci saciado de frescura corporal e uma paixão de felicidade, embalado pelo bater das ondas a uns metros mais abaixo.
E foi com esse roncar ininterrupto do mar, que acordei e rapidamente, porque a hora já se havia adiantado, não esperando pela minha pausa preguiçosa enrolado aos lençóis e apertado pelo aroma amoroso de um corpo nu, chamando-me para o absorver. Aproveitando o momento só nosso, bem longe de tudo e tão perto de uma intimidade tão simples e tão pura. Que as paredes do quarto viravam o rosto, sentindo que não eram dignas de presenciar tão maravilhoso acto.
Entrei no coração de Sintra! Serpenteei as suas ruas marcadas pela história e guardadas pela natureza na sua essência.
Penetrei no Palácio de Seteais. Vi-me um príncipe séculos atrás, dono desta parte do mundo e senhor supremo de pessoas e de tudo o que elas tocavam.
Acordei de um sonho, numa sala adaptada a palestras e colóquios e por entre convidados, oradores. Termino a primeira parte do evento a ouvir o senhor do já famoso “O seu primeiro milhão”. Jovem novo, com sangue na relga. Com soluções para que nós possamos atingir passo a passo o nosso primeiro milhão. Mas deixando no ar, que será bem mais fácil ele atingir o segundo milhão, do que nós o nosso primeiro.
Pausa para o almoço revestido de iguarias sem fim, num espaço a cheirar a retoques de história, onde tudo foi restaurado com incidência na época. Partimos para o resto da tarde a ouvir novas técnicas de investimentos em aparelhos e inovações de tratamentos e com o apego deixado pelo Dr. Pedro Carrilho, era usual alguém rematar que o princípio do ganhar o milhão, começava por adquirir a inovação.
Findo o evento e admirando uma vez mais aquele espaço revestido de história e de segredos bem guardados.
Onde paira no ar um aroma a poder sem limites de quem possuía tamanho quilate de propriedade. A quem era senhor de si e de tudo o que o rodeava. Regressei ao meu cantinho, já com saudades dos filhotes, que são tudo para nós. São o nosso palácio sem limites de propriedade e sem limites de amor.
Mas antes, paro no leitãozinho da Mealhada, onde dou graxa à empregada para arranjar só costelinha e ela logo se prontificou, para agradar ao cliente vindo de longe todo aperaltado na ânsia de uma boa gorjeta que em dias de eventos amolecem o semblante e deixam escorregar não uma, mas algumas moeditas para o prato da” dolorosa” (a conta). Para finalizar um domingo que abraçou a segunda-feira, muitas vezes repetido não irá de certeza deixar chegar ao tão ambicioso milhão. Mas uma vez por outra tão apetecido, porque me deixa feliz e amoroso, que para mim é de certeza vários milhões do desabrochar de sensações.

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