quarta-feira, 8 de abril de 2009
O Primeiro Contributo Para Enfrentar a Crise
Ainda na pujança da indústria, os acordos que eram realizados entre as delegações sindicais e as patronais, em matéria de aumentos salariais, eram discutidos sempre num clima de alguma tensão.
Os patrões com as lamurias do costume, lançavam para a mesa aumentos irrisórios. Sempre era um princípio de negociação e passavam logo a batata quente para as mãos dos sindicalistas, que de uma proposta impensável eram obrigados a rever a cada reunião com o patronato.
Ora agora desces tu! Ora agora subo eu, mas pouco!
Era neste sobe e desce que se arrastavam as negociações durante dias e dias para se chegar a um número que seria o aumento acordado entre as partes, para vigorar durante um ano.
Escusado será dizer que os patrões levavam sempre a melhor. Existia sempre um não deixar a corda rebentar e como em tudo na vida, os pequenos (sindicato/trabalhadores) acabavam por ceder praticamente às pressões do patronato e todos os anos os aumentos cifravam-se por percentagens insignificantes, que nunca acompanhavam os valores da inflação e os trabalhadores das bases (esses pobres desgraçados), carregavam às costas a dureza do trabalho mal pago, com a desgraça de se acomodar ás vicissitudes de uma vida que eles assim a fizeram, ou então foram encaminhados pelos progenitores, sem espaço nem capital para preparar o futuro.
Entretanto criou-se os subsídios. Uma excelente forma de proporcionar um aumento aos trabalhadores e com a boa noticia de não ser retidos nos descontos.
Assim os patrões no salário de cada um praticamente não mexiam o que era óptimo. Assim os descontos feitos para o Estado pouca alteração sofriam. E o aumento era inserido na sua maior fatia, nos subsídios.
E durante anos, todos os aumentos incidiam no vencimento base (reduzida percentagem) e no subsídio de alimentação. O que originava ganhos para ambas as partes e viveu-se um clima de aceitação entre o empregador e o empregado.
Mas como tudo o que é bom acaba depressa. Chegou agora a notícia de que o governo através do Ministro do Trabalho e da Segurança Social, quer terminar com os subsídios não tributados. Como forma de arrecadar receitas para uma segurança social, sem futuro nem caminho para garantir as reformas dos trabalhadores a médio prazo. E o Ministro acha que com esta medida reforçara um pouco a sobrevivência da Segurança Social.
A crise levou o fundo da segurança social.
O desemprego ameaça a ruptura do que ainda existe arrecadado aos contribuintes.
E como o nosso país continua a pagar reformas chorudas, aos que contribuíram para que a nossa nação seja um mar de rosas cheia de espinhos e em muitos casos: não uma! Não duas! Mas três! Reformas para uma só pessoa e elas são às centenas e centenas, onde ninguém pode alterar todo este carrossel de desigualdade social.
Só existe um caminho para o estado! Ir buscar receitas que irão penalizar ainda mais os pobres que hoje pouco tem e assim amanha nada terão.
Aí está uma das primeiras medidas, para fazer face a que esta crise já amarfanhou.
Muitas aí virão é só deixar passar este ano de eleições, onde muito se joga e onde milhões de portugueses irão votar na ilusão de dias melhores, mas desgraçadamente irão ser dias de um vazio sem fim.
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