quarta-feira, 29 de abril de 2009

Os Iluminados das Eleições 2009

O meio da política anda agitado!
Pudera, aproximam-se três actos eleitorais, sem tempo de arrumar as tralhas de um, para ter tudo limpo para o que vem já a seguir. E o primeiro já roça as portas da entrada.
Perfilam-se as figuras escolhidas! Sujeitos a critérios elaborados, mediante as apostas de cada partido e serão eles a levar o partido às costas, para a vitória ou para o desaire. Ou seja, serão eles os autênticos iluminados.
Irão ser o alvo de todas as atenções. Irão arrastar rios de tinta de uma comunicação ávida por intrigas, ávida por gafes inoportunas e tenazmente critica quando é assumidamente opositora do candidato.
Por outro lado assistiremos a debates quase sempre mano a mano entre os mais capazes de discutir uma eleição.
Onde vai imperar o civismo e frases como:
-O doutor desculpe, mas…. Ó doutora não me interrompa, que eu também não a interrompi na altura que falava!
Ou, - Doutor está enganado, nós não andamos aqui há dois dias.
Ou, - Ó doutora já não se lembra do tempo do seu partido que fez isto fez aquilo.
Ou, - Nós partido tal e mais o tal, prometemos e vamos cumprir!
Ou, - Daqui dirijo-me aos Sociais-Democratas lançando-lhes um apelo, votem no dia tal e com o vosso voto derrubaremos a politica desastrosa do partido deste governo.
- Já agora também me dirijo aos Socialistas (pegando na deixa) e como bem sei, estarão no dia tal a votar, porque precisamos de todos os votos, para que a maioria seja uma realidade.
E no bola cá bola lá, de debates com frases feitas e copiados, nas já carcomidas pelo tempo as sebentas partidárias, corre-se a fazer o balanço do que disse um e o que deixou de dizer o outro.
Para se encontrar um possível, porque num debate tem que existir um vencedor e no agradar a gregos e a troianos, reparte-se o mal pelas aldeias e no final o balanço pende quase sempre nestes termos:
O candidato Socialista esteve confiante, bem preparado e soube explanar todo o seu potencial de experiência acumulada nestes largos anos que já leva de altos cargos partidários, sentiu-se como peixe na água. Notando-se no final que o sorriso com que se despediu dos moderadores, denotava a certeza de vencer este debate.
Pelo contrário, o candidato social-democrata, apesar de em matéria económica, ser um crânio com provas dadas, de nada lhe valeu embora em certos períodos equilibra-se o debate, fruto do seu saber. Mas logo que o rumo do debate foi alterado, era notórias as suas fragilidades e não restou dúvidas, apesar de toda a sua entrega, que o rumo deste debate estava traçado.
Em conclusão: o candidato socialista saiu vencedor, mas sem margem que se possa antever desfechos, já que na próxima semana haverá outro debate. E quem sabe, como é noutro canal com outros moderadores poderá a balança pender para o lado mais frágil que hoje transpareceu. Finalizava assim um dos que escalpelizou o terminado debate.
Foram assim e serão por estes anos fora, os debates televisionados e ouvidos nas rádios, pelos candidatos partidários, sem condimentos picantes para adocicar as mentes de quem os ouve e mais grave sem conseguirem fazerem chegar a sua mensagem à grande maioria da população.
Que saudades dos debates após a revolução entre Soares/Cunhal. Autênticos derbies (ainda hoje recordados), onde o despique verbal era entusiasmante e deixava toda a gente pregada ao ecrã, ainda a preto e branco, sinal da originalidade de cada candidato. Era o amor à camisola de cada um.
O amor da camisola vermelha gravada no cume português. Onde o punho fechado socialista, derrubou a foice com dentes afiados fora da lei e como tal foi confiscada, arrumada para um canto bem no Alentejo sem fim. Onde agora jaz meia enferrujada num museu aberto aos saudosistas de um tempo onde era tudo prometido.
Estes sim os iluminados de autenticas batalhas partidárias que faziam correr e acreditar. Um país ávido por manifestações que os fizessem crer num futuro risonho, com oportunidades para todos e afinal uma grande parte deles ficaram por vê-la passar à frente dos olhos.

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