O tempo está como o tempo!
Quente, esquisito e embrulhado numa manta, que lhe tapa o sol, mas deixa passar o calor que nos amolece os movimentos.
Espero pelo garoto mais novo, na casa da juventude, com meia dúzia de miúdas simpáticas, esperando com um sorriso nos lábios que os cidadãos se encostem ao balcão, para lhes ajudar nos vários assuntos em questão.
Muitos jovens agarrados à net, já que aqui é de borla e por entre conversas banais o tempo passa neste espaço de vários pisos.
Uns entram, outros correm, presumo eu para as aulas, depois de saciarem a sede dos jogos na net aqui à mão de semear.
O meu miúdo está com alguém que lhe indicará um caminho a seguir nesta fase da vida, que empurra para um canto quem olha para o lado e assobia ao mesmo tempo. E abre os braços para quem quer enfrentar os desafios do futuro.
É uma etapa, mais uma, que ele vai descobrir olhos nos olhos e estou ansioso que ele chegue para descobrir o que ele descobriu, com esta vinda cá à casa da juventude.
Os minutos passam, ele continua no segundo andar a ouvir e trocando impressões, do que já sabe dos poucos anos que a vida ainda lhe deu. E acredito, quando descer, trará conclusões que talvez me vão surpreender.
É um puto esperto e inteligente. Já com manias vincadas nos anos ainda verdes que leva. Por isso, o que me disser será positivamente o que ele entender como o melhor para ele.
Entretanto uma coordenadora junta quatro jovens para um trabalho, previamente destinado para esta hora. E o espaço onde me encontro, está mais sossegado já que como é a entrada da casa da juventude, é onde se concentra as pessoas que estão à espera de ser atendidas, nas varias vertentes que esta casa absorve.
Reparo ao virar-me, enquanto faço uma pausa. Que na primeira fila de sete computadores, estão seis jovens e uma senhora já com tantos anos como eu, todos eles de cor.
Não são da mesma família, já verifiquei enquanto os meus olhos curiosos pesquisavam todos os movimentos. Mas é curioso como eles se juntaram todos na mesma fila de computadores.
A senhora levanta-se e como já conseguiu o que queria, abandona a casa e vai à sua vida.
O meu puto ainda está à conversa com o doutor (aqui só existem doutores), é o que mais existe neste país doutores e engenheiros (agora nem tanto, muitos já se foram em busca de futuro para lá das fronteiras terrestres e marítimas) e já estou a saturar de cá estar.
Já fui à maquina tirar uma agua fresquinha. Porra o calor veio como de dia para a noite e já se torna insuportável. Claro a agua vai de uma golada.
Nisto o puto desce. E com cara de poucas palavras.
Vamos embora pai, não quero cá vir mais, isto é uma seca dos diabos, mais valia ter ficado com os meus amigos!
Vou deixar passar umas horas e depois, procurarei saber o que se passou lá dentro com o doutor.
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