terça-feira, 22 de maio de 2012

O Caminho e as Flores



Não existe sol e tu escondes-te nas palavras.
Sinto saudades de ouvir a tua voz, saída de uma boca feroz, que abocanha a minha, para saciar todos os seus desejos.
 Deixo-me ficar, de olhos fechados com a cabeça tombada para trás. Recordando correrias desenfreadas de encontro à tua chamada.
Segui para a minha vida, despida de adrenalina, numa segunda-feira que é sempre a mal amada da semana.
Enquanto escrevo dou uma vista de olhos ao que tenho aqui pendente e de facto a minha tarefa, é numa palavra: ardente!
Necessitava de colher um enorme braçado de flores e enfeitar os caminhos que percorro para os embelezar de pétalas de várias cores.
A cada passo lançava o braço e abria a mão para deixar voar as pétalas que tombavam suavemente, no chão do caminho, amortecendo o pousar da minha sandália como madeira flutuante.
Ao fim de vários quilómetros, assistia ao enorme arco-iris terrestre, que as sucessivas flores, esfrangalhadas de variadas cores, incrustaram no meu caminho.
Flores, sinónimo de amor!
Está-me já no sangue. Para onde vou estou a sentir o amor.
Numa outra vida devia ser um jardim, repleto de flores, que quanto mais eram apanhadas, mais eu brotava naquele jardim.
São as flores. Maravilhosas e de belas cores.
São as lembranças. De momentos floridos e admiráveis.


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