Elas acorriam às dezenas, atraídas pela luz
da entrada que se manteve iluminada até de madrugada.
Sentado, fumando um cigarro, observa-as com
os seus tons acastanhados. Umas mais escuras, outras mais claras, aproximando-se
do bege amarelado. Era um espectáculo belíssimo, que me dava grande satisfação.
Não paravam enquanto lá permaneci. Num festim
de piruetas e acrobacias, tentando cobrir a luz, que as atraíam, sabe-se lá de
onde.
Grandes, pequenas e mais pequenotas. Esbarravam-se
na busca de irem até que o vidro do candeeiro as impedia de entrar por ali
dentro.
Pela manhã, a beleza da decoração da parede
era, a certeza de muitas delas lá ficarem incrustadas, até quando não sei.
Davam a sensação de ostras cravadas às rochas
esperando a subida da maré.
Saí e toquei numa. Ela logo se esgueirou num
voo curto.
Apeteceu-me tocar em todas para as ver em
voos nervosos fugindo ao intruso, que devia estar quietinho no seu lugar.
Assim fiz!
E elas lá vão permanecer até que a noite
volte a dar-lhes o prazer de voarem à volta da sua luminosidade.
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