segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Deixem-nas Pastar



Estou num país com campos e campos a perder de vista.
Onde o gado a pastar é o mais lógico para bem do animal e para a saúde de todos nós.
Mas a procura de rentabilizar o investimento e a produção em massa. Vá-se lá saber porquê? Obriga a acorrentar o gado e espetar-lhe com o alimento bem à frente da boca e coitados dos animais. Em meses, irão para o matadouro servindo de carne para canhão, às milhares de bocas famintas, pelas hormonas comestíveis.
É só comer e engordar até chegar a hora de abater!
Pela manhã ainda o galo não cantou (é verdade aqui não cantam galos).
Mas como dizia, bem cedinho toca a espremer a teta e lá vem litros e litros de leite para engordar a pequenada.
E carradas de pazadas de farinha de engorda e erva meia seca. Armazenada nos celeiros paredes meias com a vacaria e lá está. O gado a abocanhar tamanho pitéu.
Os agricultores vão à sua vidinha e o gado fica ali entrincheirado a triturar aquela mistela, que nos dá cabo da saúde.
E os campos ficam despidos da beleza que os animais pincelavam como quadros de Matisse!
Apetece-me soltá-las e deixar que entrem pelos campos e devorem a erva fresca antes que a neve a queime e impeça qualquer rebento que seja de emergir.

Sem comentários: