Os dias passam embrulhados num tempo que nem
chove, nem faz vento.
Mais é bom que decorram desse modo. Assim dou
graças á divindade e sinto-me bem, sem as almofadas a apertar-me o corpo,
prendendo-me os movimentos.
Não é normal o tempo estar tão calmo!
Há um ano por esta altura era um mar de neve
por tudo quanto era canto e um frio por vezes impossível, na minha faina diária.
Mas é a bênção para mim, que estou bem longe
de tudo.
Deixei para trás um sorriso.
Que me iluminava o dia, pensando que me
acompanhava e por momentos julguei que me embalava nas descidas e subidas de
degraus ingremes. Mas pura ilusão, um sorriso transformado em lábios cerrados,
mostrando uma realidade á já algum tempo anunciada.
Deixei para trás um olhar.
Meigo e sedutor! Oferecendo o encanto a quem
lhe seduzisse esse olhar. E que olhar, acompanhado de expressões faiscantes. Que
me elevavam para além das nuvens.
Hoje esse olhar está turbo, pintado de cores
berrantes que lhe tiram a beleza natural e a transformam em cara de pau
noturna.
Deixei para trás……
Uma sombra que ainda a sinto perto do meu ser, como uma imagem tão real que pertencia às orações dos meus
momentos antes de adormecer. Dê lugar á sombra da tristeza por estupidez da sua
insipiência.
Que posso mais dizer?
Quem vê caras não vê corações!
Reavivo momentos tão recentes e é com eles
que irei andar de braço dado. Mesmo que deambule vezes sem conta pela rotunda
pertissimo do paraíso.
Sem comentários:
Enviar um comentário