Fizemos num dia oitocentos e sessenta
quilómetros para visitar um amigo.
O chefe de uma equipa que se viu longe dele,
por uma doença que Deus nos livre de a ter.
E visitamo-lo fechado em quatro paredes com o
rosto inchado como um balão, mas com a boa sensação de tudo ter corrido o
melhor possível.
É doloroso visitar alguém que sofre, fechado
num quarto só como um animal e necessitado de todo o apoio querido nestas horas
de infortúnio.
Longe de todos e longe dele próprio, é terrível!
Mesmo sabendo que correu bem.
Os receios foram felizmente suplantados pela
equipa medica que o operou e apesar da certeza de poder voltar a ter melhor
qualidade de vida e até uma melhor autoestima. Senti-o abandonado.
Ser imigrante tem destes dissabores. Longe de
todos mas perto de todos quando estamos bem.
Longe de todos e longe até de nós próprios,
quando estamos nas entranhas do um hospital com as maleitas de uma vida
ingrata.
Precisamos de tudo e nada temos á mão, para
um simples aceno de despedida. Porque é um sinal de alguém que nos visita.
Regressei um pouco desconsolado, com a
tristeza estampada naquele rosto ainda marcado visivelmente, pela cirurgia tão
recente.
Mas o tempo tudo cura!
E daqui a dias ele está de novo, novo. Para
as batalhas (obras), que se avizinham.
É nestes momentos que olhamos por nós abaixo
e beliscamo-nos na certeza de nada nos doer, para com essa certeza, sabermos
que connosco não se passa nada. Só com os outros.
Isso pensamos nós!
Sem comentários:
Enviar um comentário