segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Longe de todos e longe até de nós Próprios





Fizemos num dia oitocentos e sessenta quilómetros para visitar um amigo.
O chefe de uma equipa que se viu longe dele, por uma doença que Deus nos livre de a ter.
E visitamo-lo fechado em quatro paredes com o rosto inchado como um balão, mas com a boa sensação de tudo ter corrido o melhor possível.
É doloroso visitar alguém que sofre, fechado num quarto só como um animal e necessitado de todo o apoio querido nestas horas de infortúnio.
Longe de todos e longe dele próprio, é terrível! Mesmo sabendo que correu bem.
Os receios foram felizmente suplantados pela equipa medica que o operou e apesar da certeza de poder voltar a ter melhor qualidade de vida e até uma melhor autoestima. Senti-o abandonado.
Ser imigrante tem destes dissabores. Longe de todos mas perto de todos quando estamos bem.
Longe de todos e longe até de nós próprios, quando estamos nas entranhas do um hospital com as maleitas de uma vida ingrata.
Precisamos de tudo e nada temos á mão, para um simples aceno de despedida. Porque é um sinal de alguém que nos visita.
Regressei um pouco desconsolado, com a tristeza estampada naquele rosto ainda marcado visivelmente, pela cirurgia tão recente.
Mas o tempo tudo cura!
E daqui a dias ele está de novo, novo. Para as batalhas (obras), que se avizinham.
É nestes momentos que olhamos por nós abaixo e beliscamo-nos na certeza de nada nos doer, para com essa certeza, sabermos que connosco não se passa nada. Só com os outros.
Isso pensamos nós!


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