Pronto! Já faltava este empecilho para
estragar o que de tão belo a Natureza me ofereceu!
De facto a chuva apareceu do nada e não arreda
pé da calçada.
Ainda a madrugada era rainha e senhora do silêncio
cá da casa. Já eu me levantava, para aliviar a bexiga inchada como um balão, de
líquidos ingeridos mais que o habitual.
Voltei à cama na esperança do volte face, que
o tempo por cá é perito. Mas nada! Oito e meia e farto de cama, toca a dar voltas
pela casa. Num entra e saí, sem sucesso.
Caprichei no pequeno-almoço, já que tempo é o
que não falta.
E preparei todos os ingredientes para o
almoço, dando umas risadas audíveis nos melhores momentos de varias atividades,
que a televisão me resolveu oferecer. Possivelmente para atenuar o meu
desalento com o tempo.
Depois de uma semana a inspirar o sol que me
aquecia o corpo e aliviava as tremuras do coração, sensível às oscilações amorosas
tão presentes. Levo com esta morrinhice, que me obriga a recorrer à janela para
me certificar que vai ser, chuvinha para todo dia.
O cenário é tristonho, a humidade eleva-se
dos pinhais não muito longe, dando um aspeto de floresta negra deveras
conhecida por aqui.
Ninguém sai da toca, parecemos lebres de
orelhas descaídas, enfiados nos aposentos. Esperando não sei o quê!
Provavelmente o passar do tempo e muito mais
tarde acordar, com o início do que me trouxe para cá.
Vou apanhar bolotas para dar de comer aos
animais de portas fechadas e respirar o ar puro, que sempre rodeia este local
tão sossegado, escutando-se a passarada a muitos metros de distância.
Porque ouvir histórias, de tempos cá passados
dos mais velhos com as rugas a fazer desvios na pele já queimada, por
sucessivos Invernos que a estalavam. Não está com nada. São histórias
repetitivas e risotas de circunstância.
Não se pode ter tudo! E o que me é oferecido,
é uma bênção para quem está longe de todos.
Melhores dias virão, como aqueles que ainda são
tão frescos no corpo e na memória.
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