A chuva obrigou-me a regressar a casa depois
de me levantar bem cedo.
Ainda me equipei a rigor como mandam as regras de segurança. Colete bem visível, luvas protectoras e capacete à motoqueiro das alturas. Lá me dirigi ao que ontem ficou por terminar. Para momentos depois regressar à base e recolher ao quartel sem armas mas com casernas, onde habito.
Nunca tal me tinha acontecido!
Já trabalhei com neve!
Flocos contínuos, que mais parecia um boneco
de neve em movimento. Mexendo continuamente as mãos para não arrefecerem e me
levarem ao desespero.
Já trabalhei com chuvinha a encharcar-me até
aos ossos!
Que me colavam a roupa ao corpo franzino e
parando era um tormento gélido. O quentinho da casa e do banho, era a alegria. Rezando
para que melhorasse no próximo dia.
Já trabalhei com vento de levantar os pés do chão!
Que levavam tudo em redor e se não me pusesse
atento lá ia pelas alturas. Precipitando-me contra as chapas, que voavam como
tapetes de Aladino.
Mas desta vez nada houve a fazer!
Regressarmos
era a única escolha, olhando ao perfil de trabalho que a cada um estava
destinado.
Por isso adoro o sol!
Sem ser em brasa, porque aí fere as consciências
e desidrata a inteligência.
É a beleza da encarnação do bem, num mundo
encharcado em humidade putrefacta, que vai ruminando a fraqueza, dos infelizmente
mais débeis.
Como o dia ainda vai a meio irei continuar a
visitar a cidade. Olhando a que a conheço praticamente com as portas fechadas
do movimento comercial. E da azáfama semanal.
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