Primeiro eram dois ou três, aguardavam não sei
o quê, que nos despertou a curiosidade.
Esperaram pacientemente espetando o bico na
água, sacudindo a plumagem. E então, quatro ou cinco juntaram-se e claro,
esperaram!
Depois mais e mais, vindos dos vários cantos
do grande lago e todos juntos, formavam um bando enorme. E esperaram!
De tanto esperar, puseram-se a nadar agitando
um pouco as águas calmas, criando uma ondulação diminuta que deixava rasto a
cada passagem das belas aves. E descobrimos que se preparavam para se
recolherem nos canaviais do grande lago.
Mas resolveram esperar!
Alguém faltava, depois de uma chamada em
linguagem patola e esperaram!
Aguardaram largos minutos todos juntos e…Sim!
Ao longe surgiram mais quatro. Apressados e
agitados.
Nem procuraram chegar juntos, era ver quem
era o primeiro a juntar-se aos que pacientemente aguardavam. Eram os atrasados
da faina diária, na procura do alimento tão necessário.
Não me apercebi se houve reprimenda ou não na
linguagem patola, mas o que é certo, eram às dezenas os patos bravos.
Belos!
De bico esguio, sempre enfocinhado na água. Que enorme vontade de lhes tocar.
Para sentir aquela plumagem de vários tons, que davam um colorido garrido na
volumosa mancha, formando um círculo belíssimo nas águas calmas do extenso
lago.
E há, presumo, ordem de marcha de bico aberto
do chefe do bando. Finalmente era a hora de recolher para os canaviais, que com
o cair da tarde, será o local para se entrincheirarem.
Mas um de nós foi lá pé ante pé, infiltrar-se
pelo canaviais tentando os apanhar bem de perto pela objectiva de bolso.
E os patolas, aperceberam-se a tempo e zás
toca a virar para bombordo e entrar pelo largo do lago.
E esperaram e esperaram!
Até que nos pusemos ao largo para bem longe,
dando finalmente espaço e segurança, para que os patos seguissem o normal
percurso da vida deles entrando no bem fechado canavial e presumo, passarem a
noite acotovelados uns nos outros. Esperando que novamente o dia nasça e cada
um se estenda pela imensidão do enorme lago.
Sem comentários:
Enviar um comentário