quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Sociedade que Respiramos

Saio de encontro ao dia a dia e sou absorvido pelo começo da manha tristonha com chuva miudinha, dando um ar de que se quer fazer alguma coisa e não existe vontade para nada fazer.
Sinto tudo a andar a passo de caracol.
As pessoas estão tristes com o mundo e tristes com elas próprias!
Caminham como se fossem robots, muitas delas sem precisarem bem a direcção que têm que tomar.
Vivemos numa Sociedade altamente consumista. E como tal, essa mesma Sociedade depende ferozmente de todos nós para alimentarmos a sua ânsia em vender a imensidão de produtos que giram em volta dela e egoisticamente nos impele para comprarmos aquilo que necessitamos e em muitos casos aquilo que nos afunda. Já que perdemos o sustento do nosso equilíbrio financeiro.
As empresas laboram a meio gás. Sem optimismos em relação à retoma a curto prazo.
No seu seio, os trabalhadores sentem o drama do desemprego e deixam-se levar pelas mais sombrias conclusões, deixando-se abater e escorregarem pelo martírio da psicose, “do que irá ser de mim daqui a uns anos”.
Faltam-lhes as forças para remar contra a maré e a capacidade em lutar contra este flagelo. Dando ensejo a que seja extremamente difícil, inverter este ciclo que teimosamente penetra na Sociedade Civil.
E sem a força! Sem o grito de revolta que urgentemente todos em uníssono precisamos de lançar cá para fora. Não conseguiremos rebentar os tímpanos desta malapata infernal que nos vai corroendo o couro já meio empalidecido pela perda da vontade em lutar.
Meio mundo luta pelo que já teve. E agora vê fugir, não adiantando agarrar-se à corda da esperança, porque ela irá rebentar, levando o que ainda resta, que armazenaram no baú de um final feliz de vida, deixando os vincos de desânimo bem expressos nos milhões de rostos outrora, cheios de luz.
Outro meio mundo, que sempre teve uma mão cheia de migalhas e outra de abrir mão à caridade. Caminha num espaço cinzento sem fim. Deixando aqui e ali os restos de um corpo massacrado pelo infortúnio e pela desgraça de nascer no inferno terrestre que o homem, calculadamente usa para saciar a sede da ganância.
Mas existe aqueles que habitam nestes dois meios mundos e que acabam por construir um mundo à parte.
São os iluminados deste ainda azul planeta! São os imperadores da terra e do mar. Do ar e do espaço que já ocupamos através das estações espaciais.
São os que ditam as leis, com que a Sociedade se rege.
Em suma; são os donos do mundo!
Eles reduzem a esperança dos que já viveram com a qualidade de vida, que é e devia ser uma obrigação de todos e para todos.
Eles são os que sacodem as migalhas do luxuoso festim diário, para as mãos dos confinados ás catacumbas do desespero.
E eles serão os causadores da mais provável revolta social. O único caminho que poderá ser desbravado para com a vida de milhões, saciar as hoje enormes carências dos também milhões que ficaram na esperança de inverter o rumo da decadência social.

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