quinta-feira, 3 de junho de 2010

O Feriado Que Deixa a Sexta a Cheirar a Segunda


O dia vai no fim e o calor vai com ele, deixando a certeza de voltar logo pela manhã, porque o calor chegou para ficar.
Bem cedo fui para a praia, ainda o nevoeiro povoava a beira-mar e com a maré em cima deixava pouca margem de sentir a areia e por isso deixei-me ficar pela esplanada.
Estava bem composta e tive que me levantar para pedir o café necessário com uma nata fresquinha a acompanhar a despedida por enquanto do nevoeiro e a chegada do sol.
Largos rasgos luminosos faziam prever um dia soalheiro e virado para o mergulho já que o calor era previsível.
Havaianas brasileiras e calções a roçar os joelhos, lá segui praia fora. Sentindo a água que logo me avisou que não estava para brincadeiras.
Fria de quebrar ossos, por isso pus-me ao largo e caminhei sob a areia húmida e lá percorri a imensidão de praia que me levava para longe do centro da vila, num silêncio só quebrado por pais entretendo os filhos em futeboladas caricatas, que davam um pouco de vida ao areal fantasma que nunca termina mesmo até se perder de vista.
Mas para minha surpresa a manhã deixou de ser agradável, porque o nevoeiro voltou e uma aragem fria ensombrou os veraneantes.
Parei a caminhada e estendi-me um pouco, olhando o céu já bem perto do meu olhar devido ao nevoeiro e aproveitando para namoriscar à vontade, já que quem passava era pouco perceptível com a neblina. E eu estava resguardado de qualquer olhar.
O tempo agravava-se para quem pensava vir encontrar o sol quente e nada melhor que regressar e fugir como já faziam a maioria dos banhistas, que recolhiam os tapa-ventos e os guarda sois.
O dia estava a ficar desagradável e ainda a manhã não dava sinais de se ir, já eu abandonava a praia rumo a casa, intrigado com o tempo que se formou.
Pelo caminho parei num vendedor de produtos hortícolas e negociei dois sacos de batatas, que ele jurou a pés juntos, dos campos dele e lá abri a mala que as batatas faziam falta para o almoço.
Pela tarde levei a filhota aos amigos da capital do distrito e aproveitei para as compras necessárias no Shopping, enquanto a miúda passeava com os amigos.
E claro namorava!
Estou sempre a namorar. A cada canto, a cada esquina lá estou a dar um toque, um beijo e em alguns casos levar um safanão já que a minha jovem muitas vezes não está para me aturar.
Regressamos para junto do resto da família, já que o mais velho não nos está para aturar e tem o seu próprio mundo num ambiente estudantil superior já com a velhice à porta. E sem pachorra para aturar os cotas, que somos nós pais, sempre preocupados com esta juventude que nada cria e a tudo se acomoda.

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