sábado, 28 de agosto de 2010

A Luta pela Sobrevivência que está tão Longe



O dia de trabalho era a rotina normal bem no fundo da terra e tão longe do céu!
Nisto o fundo negro e feio como o diabo, fecha-se ainda mais e soterra vivos trinta e três homens num abrir e fechar de olhos.
Os dias passam e ninguém sabe nada deles!
Todos os dão como perdidos, já que não existem meios de os ir buscar. E sinal deles nem um simples gemido.
As famílias rezam a todos os santos e como a esperança é sempre a ultima a morrer, os homens continuam vivos para todos eles.
Os dias passam e dos homens nada!
Até que o milagre acontece. O milagre não! O primeiro milagre!
O primeiro milagre foi descobrir que afinal para alegria de um país e para o mundo logo a seguir, os homens estão vivos! Bem no fundo da imaginação de todos nós, presos a quatro paredes de rochas.
O mundo fica estupefacto, com a bravura destes homens habituados à dureza da vida e da terra que agora os quer engolir para sempre.
Mas o primeiro milagre não é sinónimo de alegria suprema, irá ser preciso um segundo milagre mais valioso do que o primeiro.
Será o milagre da ressurreição de quem está enterrado vivo!
Sinto que tudo se irá fazer para trazer cá para o conforto das famílias estes homens que estão enterrados vivos!
E mais cedo que agora se anuncia.
Como o ser humano é capaz resistir às profundezas da terra, também o mesmo ser humano conseguirá soluções para os içar para a visão real do azul do céu.
Logo que isso aconteça muitas histórias impressionantes irão ser libertadas daquelas bocas que espantarão o mundo na luta pela sobrevivência.
Eles são fantásticos! Deram a conhecer ao mundo como vivem neste lar que era de pausa por umas horas enquanto não regressavam à superfície e de uma rajada virou ninho negro como o carvão.
Estão preparados para a longa espera, rezo para que esse espírito se mantenha até que a luz cá de cima entre naquele buraco e os abrace docemente trazendo-os aconchegados, numa emoção sem limites para continuarem a viver junto das suas famílias.
Nós milhões e milhões que cá estamos, admirando a vida que neste momento lá bem em baixo é um negro de ansiedade, enviamos sem cessar energias que derrubam a rocha enorme de setecentos metros e continuamente iremos alimentar as mentes daqueles bravos homens para os engordar, dando forças para eles tudo aguentarem.

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