quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Os Politicos de Férias e os Bombeiros a Olhar por Nós



Os políticos estão de férias e não sei quantos estão cá dentro a ir a banhos refrescantes para relaxar as custosas iniciativas que muitos deles tiveram que dizer sim, para que Portugal não caía na lama da desgraça.
Ainda bem que a politica entrou num período de ondas mas de praia, assim evitaremos por algum tempo, o diz que disse e lá vai mais um inquérito.
O não ter tempo para chamar o chefe de fila e lá vai outro inquérito.
As contínuas fugas de informação por baixo do joelho e lá vai mais um inquérito.
Os poderes reais ou só para inglês ver, do Procurador que ameaça mais um inquérito e possível ondulação forte. Autenticas marés vivas depois de umas férias de ondas em banho-maria.
As privatizações para ganhar uns milhões de euros que pouco engordam, só dão para meia dúzia de arrotos. Mais a venda do banco por meia costela, depois de se dar o boi todo para alimentar quem fugiu com a manada. Dará mais um folhetim até ao Natal servindo de alimento aos órgãos de comunicação ávidos por trocas e baldrocas que vendem e aguentam alguns empregos na corda bamba.
Tudo isto iremos nos livrar uns dias, para gozar as férias possíveis numa de ir a banhos para fora cá dentro e esperar por melhores ondas.
Mas nem todos estão de férias!
O ministro da administração interna, estafa-se para acorrer a todos os pontos de situação que o país atravessa em relação aos fogos florestais.
Ele elogia o esforço abnegado dos bombeiros e pede civismo aos portugueses. Mas os incêndios não dão tréguas e limpam o verde do norte e centro do país enquanto o diabo esfrega um olho.
Dá a cara em todas as situações, só lhe falta fazer como Putin (primeiro ministro russo), que ajudou a apagar os fogos como co-piloto carregando água e lançando-a sob as chamas que devastam aquele país tão forte em poderio militar, mas tão frágil em abafar os fogos que pintam o céu russo de um cinza a cheirar a morte.
Por cá infelizmente a morte bateu à porta dos nossos fantásticos bombeiros da paz!
Eles não dormem há vários dias para que o fogo não avance e reduza a cinzas as habitações e os bens das populações.
Eles deixam tudo para entrar floresta a dentro e enfrentar o inimigo vermelho endiabrado, que galga encosta acima e dizima tudo em estilhaços tão secos que amedronta a quilómetros de distância.
Eles fatalmente são apanhados pelo fogo que traiçoeiramente ajudado pelo vento que resolve mudar de direcção, os carboniza nuns segundos que não dão hipóteses de salvamento e enchem de dor uma corporação que voluntariamente acorre abnegadamente ao som estridente da sirene que anuncia mais um fogo, quase sempre nascido pelas mãos assassinas de humanos psicopatas.
Eles fazem-me rolar umas lagrimazitas enquanto os vejo a carregar o colega gravemente ferido. E pior que tudo a colega carbonizada e não vacilam em continuar a desafiar o perigo e raivosamente enfrentam o fogo só parando, quando ele estiver a sucumbir finalmente às mãos deles próprios que chorando a morte da colega; agora sim, resignam-se à dor longe dos olhares mas tão perto do causador da desgraça.
Estes são os homens que devemos honrar!
Sem medalhas, mas com elevação.
Sem discursos inflamados, mas dando-lhes condições materiais para a função.
Sem choradeiras em tempo de óbitos, mas apoiando as famílias muito para além do luto.
Sem elogios em alturas de fogos intensos. Mas elogios constantes a quem nada recebe e dá a vida por nós.
Ser bombeiro voluntário está no sangue, dizem todos eles. Mas como no meu não está, só queria ser como eles!

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