domingo, 29 de agosto de 2010
As Estrelas que estão por cima das nossas Cabeças
A noite estava agradável numa esplanada turística de bairro com meia dúzia de imigrantes a queimar os últimos cartuchos, de uma pólvora já seca porque o dinheiro deixou de pesar no saco, vindo cheio no inicio onde tudo se comprava, para impressionar quem estava por perto.
Olho o céu estrelado anunciando outro dia de calor, para quem vai dar os últimos mergulhos e os finais churrascos, antes de voltar ao trabalhinho que está à porta, logo que o fim-de-semana finde.
As estrelas são infinitas, como os grãos de areia.
Umas perto, que dá para apontar a sua luz tão intensa. Outras bem longe em pontos pequeninos que parecem sinais minúsculos que estão agarrados ao nosso corpo.
Concentro-me numa área de estrelas de vários tamanhos. E tento descortinar figuras possíveis ao ligar algumas delas.
Descubro rostos enormes com olhos em estrelas sobrepostas. Possuem nariz batatudo desenhado por mais de uma dezena de estrelas. E depois de bem apreciado alegro-me do seu ar divertido.
Outras formas são postas a descoberto. Umas incompreensíveis, basta eu dar-lhe um significado, que tanto pode ser um objecto, como um animal mesmo de três patas. Outras nem tanto: são sombras brilhantes que quanto mais olho mais elas me dão a sensação de se deslocar e lá se vai a concentração em descobrir o que ali mora.
E empurro-as para as formas que os pintores exprimem aos seus quadros, onde só os entendidos descrevem o significado. Fugindo esse dom ao comuns dos mortais.
Alto lá que esta é familiar!
Arregalo os olhos! Sim é familiar. É a nave do caminho das estrelas.
Ela ali está no meio do fim para que foi criada. Desenhada por estrelas, desbravando o caminho por entre milhões de estrelas, umas quase as apanho com as mãos. Outras tão longe, mas tão longe, que levava a minha vida inteira a lá chegar.
Leva dentro aqueles heróis que nos pregavam ao ecrã, numa juventude de fazer inveja aos jovens de hoje.
E lá caminha na sua façanha para descobrir outros mundos e novas estrelas, que de tão longe, escapam-nos á vista e à infelicidade de as admirarmos.
Cada estrela tem um significado. Dentro de cada uma existe um sonho para ser tornado real.
São tantos e tantos sonhos para se abrirem como um ovo kinder, e depois de libertados serão de quem os escolheu para os envolver num imenso mar de luz que brilhará continuamente e iluminará os caminhos entretanto por eles escolhidos.
Os sonhos são fáceis de serem apanhados. Mas as estrelas, embora milhões e milhões delas parecendo à mão de semear, são impossíveis de serem abertas e como tal deixem-me sonhar, porque sonhar faz bem ao ego.
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