domingo, 8 de agosto de 2010

Os Incêndios que Viram pragas Infernais



Os incêndios infelizmente o prato do dia neste verão quente como as castanhas que nos aquecem as mãos no inverno que não nos deixa sair de casa. Devastam o que cresce para lá das estradas que nos levam para o nosso destino. E o que pensamos nós, está para lá das casas onde vivemos sossegados até, que o mar vermelho autêntica onda gigante, aproxima-se ferozmente para queimar o sonho de uma vida e o resguardo dos últimos anos.
Então os pobres coitados acordados da nostalgia diária, arreguilam aqueles olhos que pensam já tudo verem e encontram aquele mar de fogo ainda longe mas já tão perto da aflição.
Correm de encontro a tudo que leve água e o desespero leva a que nas duas mãos carreguem simples baldes que embora cheios não passam de uma gota para apagar tamanho inferno.
Choram enquanto correm para tentar travar a tempo o fogo que já ameaça a simples estrada que guia aquele lugar.
Choram enquanto rezam a todos os santos e a Deus omnipresente, que o fogo não chegue à casinha tão custosa em erguer, que até deu para passar necessidades só para pagar o trabalho de pedreiro.
Choram enquanto os vizinhos mais livres do perigo acodem a tão grave drama na ajuda que é sempre pouca para que as chamas não cheguem e uns, com baldes de todos os tamanhos e feitios. E outros com mangueiras de regar os jardins, lá tentam desesperadamente pela noite dentro, molhar o que pode arder até à casinha.
Desesperam por socorro dos soldados da paz, que são poucos para tantos pedidos desesperados e tardam a chegar.
Choram aqueles que o fogo já calcinou as hortitas da subsistência, que vergaram o corpo enquanto anos e anos a fio, cavavam para enterrar as sementes do crescimento.
Choram aqueles que já não puderam salvar os animais presos nas cortes pegadas à mata e que o fogo logo tostou tamanha a violência que varria tudo o que lhe aparecia pela frente.
E choramos todos nós pela perda da floresta que o fogo devasta. Pelo desespero de quem tudo perde enquanto o fogo engole num abrir gigante de uma boca gritante.
E choramos por ver que todos os anos, florestas ao abandono são o abrir das portas ao rastilho do começo de um incêndio, que sobe encosta acima e desce à procura de outro concelho e novas vítimas. De pouco valendo aviões Canaderes de rabo bem aberto para lançar a água, que só depois de muitas horas é que amansa a fera cansada de morder floresta atrás de floresta.

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