Domingo. Nunca esperei tanto por este dia!
O dia do descanso. O dia de colocar o espírito
em ordem. O dia de preparar mais uma semana.
A manhã ainda é de despertar, enrolado aos
edredons. Mas eu já me encontro no alpendre da casa, terminando o cafezito e
dando uma olhada ao jornal cá da terra colocado, uma regalia a que não estava
habituado.
Jornal idêntico aos que diariamente folheava.
Claro que este na linguagem alemã, mas oferecendo-me as noticias diárias.
E lá está o futebol como prato do dia. Onde o
Bayern, joga a seu belo prazer. Marcando e mais uma vez goleando, sem concorrência
para lhe chegar aos calcanhares.
A politica alemã, com a senhora Merkel,
sistematicamente em destaque. Dominando sem oposição os destinos desta nação e não
só. Com a Europa sempre em questão.
De Portugal nada diz, somos um povo pobre em
recursos. Mas rico em discursos.
Folhetos com fartura, mencionando as promoções
dos hipermercados, que por cá são vizinhos porta com porta. Sejam grandes ou superfícies
mais acanhadas.
Ainda revivo o final de Sábado que nos
surpreendeu agradavelmente.
O casal dono desta estalagem, resolveu bridar-nos
com a sua amabilidade e em pleno jardim, com a relva impecavelmente aparada. Fez
questão de nos oferecer uma cerveja (várias, sempre o barril de cinco litros a
tombar para a mudança), acompanhada por uns aperitivos. Com uma fogueira sempre
avivada, para que com o cair da noite, o frio não nos levasse para fora da sua
companhia.
E numa mistura de francês, alemão, e
italiano. Lá nos entendemos em três horas de alegre convívio.
O senhor conhece bem o algarve, em passeios
já distantes na sua potente moto, uma paixão deste homem de bigode arredondado.
Falamos da família, das saudades, da culinária
portuguesa.
Do trabalho que já nos leva a correr toda a
Alemanha. Enfim foram três horas de agradável companhia. Que nos elevou a moral
um pouco fragilizada devido a uma semana de cinquenta e sete horas de trabalho
duro, que parecia que nunca mais terminava.
Sinto neles a preocupação de nós estarmos
longe dos filhos e tudo fazem para enquanto cá permanecermos, oferecerem-nos o
melhor que têm, para nos alegrar.
A manhã já vai a caminhar numa correria como
o vizinho do lado, a dar largas á alegria, brincando com o cachorro que mete
respeito a quem olha para ele.
Atira-lhe algo e lá vai o animal numa
correria desenfreada, abocanhando o que penso, ser uma bola e trazendo-a para a
mão do dono, para mais um lançamento.
As frinchas das canas que circunscrevem a sua
propriedade é o meu mirone para assistir a esta intimidade entre o homem e o
animal.
Uns passos em frente, sei que se encontra a
estrada e regularmente sinto corredores aos grupos no seu passeio matinal,
cruzando-se vozes e sorrisos à mistura.
Assim se vai o meu Domingo, com a certeza de
a tarde prometer belos sorrisos, quanto mais não seja saboreando este sol
radioso, que já me aquece os joelhos e abre-me o coração para outro tipo de
sorrisos.
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