domingo, 9 de março de 2014

A amabilidade nasce com a natureza das Pessoas




Domingo. Nunca esperei tanto por este dia!
O dia do descanso. O dia de colocar o espírito em ordem. O dia de preparar mais uma semana.
A manhã ainda é de despertar, enrolado aos edredons. Mas eu já me encontro no alpendre da casa, terminando o cafezito e dando uma olhada ao jornal cá da terra colocado, uma regalia a que não estava habituado.
Jornal idêntico aos que diariamente folheava. Claro que este na linguagem alemã, mas oferecendo-me as noticias diárias.
E lá está o futebol como prato do dia. Onde o Bayern, joga a seu belo prazer. Marcando e mais uma vez goleando, sem concorrência para lhe chegar aos calcanhares.
A politica alemã, com a senhora Merkel, sistematicamente em destaque. Dominando sem oposição os destinos desta nação e não só. Com a Europa sempre em questão.
De Portugal nada diz, somos um povo pobre em recursos. Mas rico em discursos.
Folhetos com fartura, mencionando as promoções dos hipermercados, que por cá são vizinhos porta com porta. Sejam grandes ou superfícies mais acanhadas.
Ainda revivo o final de Sábado que nos surpreendeu agradavelmente.
O casal dono desta estalagem, resolveu bridar-nos com a sua amabilidade e em pleno jardim, com a relva impecavelmente aparada. Fez questão de nos oferecer uma cerveja (várias, sempre o barril de cinco litros a tombar para a mudança), acompanhada por uns aperitivos. Com uma fogueira sempre avivada, para que com o cair da noite, o frio não nos levasse para fora da sua companhia.
E numa mistura de francês, alemão, e italiano. Lá nos entendemos em três horas de alegre convívio.
O senhor conhece bem o algarve, em passeios já distantes na sua potente moto, uma paixão deste homem de bigode arredondado.
Falamos da família, das saudades, da culinária portuguesa.
Do trabalho que já nos leva a correr toda a Alemanha. Enfim foram três horas de agradável companhia. Que nos elevou a moral um pouco fragilizada devido a uma semana de cinquenta e sete horas de trabalho duro, que parecia que nunca mais terminava.
Sinto neles a preocupação de nós estarmos longe dos filhos e tudo fazem para enquanto cá permanecermos, oferecerem-nos o melhor que têm, para nos alegrar.
A manhã já vai a caminhar numa correria como o vizinho do lado, a dar largas á alegria, brincando com o cachorro que mete respeito a quem olha para ele.
Atira-lhe algo e lá vai o animal numa correria desenfreada, abocanhando o que penso, ser uma bola e trazendo-a para a mão do dono, para mais um lançamento.
As frinchas das canas que circunscrevem a sua propriedade é o meu mirone para assistir a esta intimidade entre o homem e o animal.
Uns passos em frente, sei que se encontra a estrada e regularmente sinto corredores aos grupos no seu passeio matinal, cruzando-se vozes e sorrisos à mistura.
Assim se vai o meu Domingo, com a certeza de a tarde prometer belos sorrisos, quanto mais não seja saboreando este sol radioso, que já me aquece os joelhos e abre-me o coração para outro tipo de sorrisos.

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