Estive um ano no mesmo local de trabalho!
Já conhecia os lugares de lazer e já era
conhecido por quem estava com ideias de farra.
Já conhecia as Knaipes (onde se bebe uma
cerveja de punho cerrado para a erguer). E era conhecido pelos habituais
fregueses de rosto redondo e corpo esguio, que me obrigavam a olhar de baixo
para cima.
Já conhecia as loiras das redondezas e as
loiras de longe como eu, falando aquilo que ainda não deu, eu, aprender. Mas
bem perto do querer, que nos leva para cá.
Já conhecia onde abastecer. Fosse no Kaufland
(híper) ou na Tankstele (bombas), para manter este corpo em forma, pronto para
as desforras diárias. Bem em cima do ombro de qualquer grua e pertinho do céu
que era o meu patrono.
Já conhecia os quatro aposentos da casa como
as palmas da minha mão e entrava nela mesmo com a noite escura como o carvão…..
Em cinco meses conheci quatro colchões, onde
só durmo eu e onde recorro aos sonhos e aos momentos oferecidos, quando coloco
o pé em Portugal.
São esses momentos e os sonhos, que sei que
vou dar forma daqui para a frente, que me mantêm em sentido.
Que me salvam do trabalho, cama. Cama,
trabalho. De segunda a sábado e sorrindo um pouco quando abraço o dia e meio
(tarde de sábado e o domingo), para relaxar das contusões dolorosas de encontro
aos taipais comprimidos.
Em cinco meses, vivi em verdadeira harmonia
com a Natureza. Onde a tranquilidade por ela oferecida, era uma bênção para o
descanso tão necessário.
Os animais percorriam os campos,
surpreendidos com a minha presença, habituados à liberdade total, sem olheiros
por perto a perturbar o arrancar do alimento.
As aves debicavam os frutos das árvores,
mesmo por cima da minha cabeça, sabendo que ela estava bem longe da sua
presença.
O ar que respirava, puro como o ambiente que
ele envolvia. Expurgava as entranhas e purificavam os meus órgãos, limpando
assim os exageros por mim cometidos.
Os colegas que me fazem companhia, vão e vêm
como as partidas e ainda bem! São sempre rostos diferentes que nem dão tempo a
cansar a consciência.
Neste momento estou tão longe de casa e na
fronteira com o país das tulipas!
Vou colhê-las às manadas pela altura do
regresso temporário a casa. E distribui-las, pelos sorrisos que me aguardam,
criando um jardim perfumado, por onde passar de mão dada!
Me aguardem!
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