domingo, 23 de março de 2014

O bacalhau e as sardinhas. O galo e a Alegria




Como a nossa partida está iminente, serão mais uns dias nesta casa bendita que me levarão para outro lugar, ou para Portugal, numa Páscoa com sabor a amêndoas doces, espero eu.
Resolvemos brindar aqui a gente tão gentil, sempre pronta para com uma cervejita, aliviar o final do dia que me arrasa dos pés à cabeça. Como forma de lhes agradecer tão amável acolhimento.
E nada melhor que transportar para cá, o que de melhor temos em matéria de culinária.
O bacalhau vindo de Portugal que se escondia na mala, foi demolhado para ser assado nas brasas. E as sardinhas vindas do Híper cá encostado, foram os anfitriões de algumas horas, em momentos alegres e recheado de histórias.
Cantou-se, enquanto se desgostava o jantar admirado pelo casal, que achava graça comer as sardinhas por cima da broa, sacando o lombo com os dedos que eram levados à boca pelo Joaquim Adams, recordando anos antes, uma viagem ao Algarve na potente moto que é a relíquia cá da casa.
Bebeu-se vinho alentejano, lascando o bacalhau que puxava encher os copos e levava a alegres gargalhadas.
A salada de frutas, doce com o vinho do Porto e para mais se sentir saborosa, a senhora Marlene Adams, apreciadora de vinho, resolveu embeleza-la com chantilly.
E as horas voavam e as histórias soltavam-se, por entre situações caricatas e com Portugal como pano de fundo. Enchendo este pequeno espaço de recordações belas: do sol e do mar. Da culinária e da Natureza. Da crise que não nos deixa sair daqui (não tão belas).
Um digestivo genuinamente alemão, foi o prato forte para deixar que as emoções se soltassem, numa amizade de poucos dias mas jamais esquecida.
Por fim, o fim é sempre o encerrar de momentos que ninguém queria dar o primeiro passo. Ele ali estava, o galo de Barcelos!
Vindo de propósito num voo á astronauta, agasalhado pela DHL, dois dias antes. Foi a oferta ao casal abismado pelo simbolismo que o nosso galo representa para Barcelos e para o país.
Ele ali está em plano de destaque, para que todos que visitem a casa Adams e não são poucos, é uma família que gosta de receber os amigos. Relembre a passagem breve que quatro portugueses, longe da família e a soltar a lagrimazita, pernoitou por aqui.
São momentos como este, que ajudam a elevar a adrenalina e esquecer um pouco as agruras desta vida. Que nos empurrou para longe do abraço constante e querido.
Até quando não sabemos!

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