sábado, 15 de março de 2014

Cada Salto




Cada salto, representava o soltar o nozito, que se apertava bem no interior da alma. Porque a alma embora se tenha presa, senão é o meu fim. Necessita de espaço para glorificar a minha sabedoria.

Cada salto, era o estilhaçar da agonia durante a semana, por entre tejadilhos de vidros frágeis e escadas com fendas gritantes. Mastigados com pão bimbo, que levava minutos a descolar-se do céu-da-boca.

Cada salto, funcionava como o despertar de um mini pesadelo que não me largava mesmo tão distante. Em pleno dia, ou a meio da noite.

Cada salto, abria a porta a um sorriso que ganhava forma e despertava um olhar, que iria tomar conta do meu coração.

Cada salto comandava o ritmo imposto por mais dois meios loucos, que se portavam desse modo para confessar o obvio.

Cada salto, levava as horas e convidava a encharcar a memória. Baloiçando-a como um barco deixado à deriva e ao sabor das ondas.

Cada salto, era mais ousado e elevava bem alto o atrevimento de quem não é de cá e de amarras soltas desafiava os olhares marotos.

Cada salto, seguia-se mais um e mais um!

Cada salto, terminou num último salto e deu um pouco de alegria numa noite de elevada adrenalina.

Ao despertar a cabeça não andava à roda e nem o corpo dava saltos. Era o profundo silêncio na alma, antes aos saltos horas e horas.

Sem comentários: