Cada salto, representava o soltar o nozito,
que se apertava bem no interior da alma. Porque a alma embora se tenha presa, senão
é o meu fim. Necessita de espaço para glorificar a minha sabedoria.
Cada salto, era o estilhaçar da agonia
durante a semana, por entre tejadilhos de vidros frágeis e escadas com fendas
gritantes. Mastigados com pão bimbo, que levava minutos a descolar-se do céu-da-boca.
Cada salto, funcionava como o despertar de um
mini pesadelo que não me largava mesmo tão distante. Em pleno dia, ou a meio da
noite.
Cada salto, abria a porta a um sorriso que
ganhava forma e despertava um olhar, que iria tomar conta do meu coração.
Cada salto comandava o ritmo imposto por mais
dois meios loucos, que se portavam desse modo para confessar o obvio.
Cada salto, levava as horas e convidava a
encharcar a memória. Baloiçando-a como um barco deixado à deriva e ao sabor das
ondas.
Cada salto, era mais ousado e elevava bem
alto o atrevimento de quem não é de cá e de amarras soltas desafiava os olhares
marotos.
Cada salto, seguia-se mais um e mais um!
Cada salto, terminou num último salto e deu
um pouco de alegria numa noite de elevada adrenalina.
Ao despertar a cabeça não andava à roda e nem
o corpo dava saltos. Era o profundo silêncio na alma, antes aos saltos horas e
horas.
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