domingo, 18 de abril de 2010

O Domingo está no fim! Foi belo, foi lindo, foi simples, foi quente.



Foi belo. Cheio de sol com o mar em frente tão sereno, tão calmo. Que apetecia entrar água dentro e dar-lhe um abraço em forma de braçada e nadar até cansar, porque ao longe existe uma rocha que dava o descanso necessário, para o voltar.
Foi lindo. Cheio de sol numa esplanada repleta de pessoas que ora liam o JN. Ora liam o livro que seguem como companhia. Ora conversavam e olhavam pelos miúdos que já sentiam o calor a aquecer os bracitos. Eram corpos já praticamente descobertos, mostrando de uma vez por todas que paira no ar o saber a praia, sol e mar!
Foi simples. Percorrendo a marginal de mão dada numa transmissão de carinho que brota desde que juntamos os trapinhos. São metros e metros de uma ponta à outra da vila, num ambiente calmo e resguardado do mal.
Foi quente. Cheio de sol onde os banquinhos de madeira deram o descanso do caminhar já em plenas dunas, num passadiço serpenteado por entre quatro moinhos rodeados de uma cerca de corda bem grossa indicando propriedade privada. Em direcção ao restaurante, onde uma mão cheia deles, num ombro a ombro sem amizades pelo meio. Chamam os clientes num Domingo a abarrotar de comilões.
Pedi robalo garantidamente saído do mar ainda o Domingo não tinha aberto os olhos. Já é um costume este cantinho para almoçar ou jantar. E enquanto o peixe não chega, petiscamos uma chouriça assada partida em bocados e umas azeitonas pretinhas como a noite, com um branquinho bem fresco para empurrar este veneno que não mata, mas pode deixar marcas.
As pessoas acotovelam-se neste cantinho cheio de história com as paredes decoradas com os artefactos da pesca e garrafas mais velhas do que eu.
Uns enchem a sala, outros esperam cá fora pela sua vez. É, um toca a sair e outros a entrar. Muita fama dá para isto!
Ainda a tarde é uma criança saímos pelas traseiras da Cabana em direcção à praia só descendo o pequeno declive e zás estamos sentindo a areia fofa e caminhamos de encontro à frescura da água.
Damos dez passos e olhamos as nossas pegadas bem vincadas na areia molhada. Corro para trás e caminhando por sob as pegadas da minha jovem, encontro-a na ultima que me resta e deixo-me cair no seu corpo que me segura e num abraço terno beijamo-nos por fim.
Repetimos algumas vezes este ritual. Agora era a vez dela e percorremos uns bons metros neste clima feliz.
Chegamos por fim e sentados no paredão para retirar a areia dos pés, que seca é fácil. Voltamos para casa e como os filhos já se desenrascam, num almoço ao seu gosto, porque por cá não faltam botequins a cheirar a comida. Preparo-me para o meu Benfica enquanto o resto se regala nos computadores a falar com meio mundo que vive tão longe, mas que a Net junta tão pertinho do sonho deles.