segunda-feira, 5 de abril de 2010

A Ressaca da Páscoa



Estamos na ressaca da Páscoa, onde a família se junta e num local destinado para deglutir conversas feitas novidades e comida abundante para estômagos já bem compostos. Passamos um dia festivo por entre o sol que nos brindou como uma dádiva de ressurreição.
Recordamos quem nos deixou recentemente, mas sentindo a sua presença constantemente. Porque cada momento era um recordar de quem contribuía para a alegria.
É extraordinário que um momento breve de uma conversa, ou de um pequeno gesto. Nos traga a lembrança do amigo e familiar, que recentemente partiu e falemos dele como ainda tão vivo na nossa presença.
Gente boa é sempre acarinhada por quem nutria grande admiração pelo seu carácter.
Mas o dia era de elevação da fé, já que se comemorava a ressurreição de Cristo e todos juntos (faltando os que infelizmente abalaram para outros compromissos inquebráveis), confraternizamos alegres e bem-dispostos, num dia cheio de adrenalina por menos para a grande maioria.
A natureza acolheu-nos num convívio salutar e o tempo ajudou a reforçar a amizade dentro da família. Onde se trocava os comes e bebes de cada um, numa mistura de cozinhados que encheram os pratos de comida confeccionada desde Coimbra a Viana.
Depois do café, no hotel caro como a crise, já que os tasquinhos ficavam bem fundo no começo da subida do monte. Partimos para o entretimento, num preenchimento da tarde já com programa pré estabelecido.
Uns, deram um passeio de bicicleta subindo o monte com ela à mão e descendo a travar com as mãos e pés.
Outras dormitaram na cama de rede, cobertas até ao pescoço com falta de calor humano já que os namorados resolveram comer os doces de Páscoa junto aos papás e obrigados a passear os cachorros.
Outros mais, numas malhadas que rebolavam monte a baixo tamanha força que o Capataz bem vermelhinho exercia naqueles braços autênticos lança torpedos.
As restantes recordaram momentos de infância e episódios já relatados vezes sem conta, numa espécie de anedotas saídas da boca de quem quando começa esquece-se de parar. Levando as lágrimas aos olhos de tanto entusiasmo, em risadas plenas de euforia.
A futebolada foi um sucesso!
Pena a minha lesão fruto da idade pensando que os anos só passam para os outros.
A nossa equipa era a melhor de todas.
Velhos, velhotes, futuros árbitros e jogadores com futuro. Temos de tudo na família.
Ganhamos a quem nos apareceu pela frente. E como os balneários eram ao ar livre, não havia túneis da discórdia só os Steward foram chamados para fazer barreira, escondendo os físicos às assistentes, já prontas a assaltar os corpos musculados dos intervenientes.
E assim se passou um belo dia.

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