quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Visita de Sua Santidade


Vem aí o Papa, cheio de intenções mas carregado de suspeições.
Escondeu o óbvio, protegendo uma ovelha tresmalhada, por menos essa é pública agora, mas que durante tantos anos todos sabiam mas ninguém ousava destapar o véu.
Agora numa cruzada que não se sabe muito bem onde começou, virou autentico polvo estendendo os tentáculos a todo o mundo e é um chover de casos que arrepia o mais preparado. Ameaçando rolar cabeças, sejam de bispos ou meros padres de paróquias bem distantes.
É neste clima que Sua Santidade pisará Portugal pela primeira vez!
E como o Papa anda nas bocas do mundo, Portugal será durante a sua visita. A vitrina para que o mundo siga todos os passos de uma figura que não consegue juntar este enorme rebanho cristão tão necessitado de um pastor, depois de ficar órfão do extraordinário ser humano que foi João PauloII.
Bento XVI, herdou um enorme fardo ao substituir o carismático João Paulo.
Leva a água ao seu moinho mas em baldes deteriorados, chegando ao destino com o balde não muito cheio, mas também não muito vazio.
Não tem um olhar de Papa! Em muitas ocasiões oferece um sorriso meio forçado. Mais parecendo um gesto obrigado, do que um momento natural.
Não é uma personagem cativante. Pelo contrario, retraído e resguardado.
Para mim é um Papa VIP, não um Papa revendo-se no povo. No povo humilde e sofredor, como João Paulo II.
Não será fácil a sua tarefa e logo agora aflorada de espinhos, depois destes escândalos que surgiram à tona, onde andaram anos camuflados no segredo de sacristia.
Ainda por cima com o seu número dois, o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, em estabelecer uma relação entre pedofilia e homossexualidade, recusando uma ligação ao celibato a que estão submetidos os padres.
Com isso, lançou mais achas para uma fogueira já densa de labaredas ameaçantes. Quando o deixar assentar a poeira era o mais aconselhável.
Por menos nesta fase onde se abriu as chagas, escondidas anos e anos. Nos corpos dos jovens sem protecção, mas hoje abertos ao mundo para contar como lhes rasgaram a inocência e lhes deixaram marcas para toda a vida.
Pronto! Mas Sua Santidade irá cá estar para visitar locais revestidos de religiosidade e abençoar este país, cheio de pecados sociais onde as diferenças se acentuam a cada ano que passa.
E queremos que a água benta molhe a corrupção, que ameaça ganhar raízes já bem profundas.
E que alivie a pobreza de se acentuar, numa camada da população que vive as amarguras do desemprego em muitos casos brindando os dois progenitores, ameaçando esfrangalhar famílias e matando o amor que elas fizeram ao longo dos anos nascer.

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