terça-feira, 27 de abril de 2010

O tempo Aquece com o País ainda tão Arrefecido



O sol brilha e aquece os neurónios. Já se transpira por todos os lados com a roupa a colar-se ao corpo.
O país pelo contrário arrefece cada vez mais, ameaçado pelo rating que nos atormenta diariamente. E a dívida, cresce a cada dia que passa.
Também não aquece nem arrefece na busca de soluções para estagnar o desemprego e a solução é: para já, não existir soluções.
Enfia-se milhares de desempregados em formações para algo aprender e fundamentalmente para ocupar o tempo na esperança de melhores dias. Mas esses dias tardam em chegar e logo que os subsídios terminem, vai ser um deus nos acuda.
Uma enorme maioria da população lamenta-se pela situação. E muitos já não sabem o que fazer à vida.
A juventude vagueia com as mochilas às costas, cheias de sonhos, mas com os pais apreensivos com o futuro e eles lá andam num vai e vem iludido já que enquanto andam debaixo das asas dos progenitores não se apercebem que o ninho está prestes abrir brechas por todos os lados.
Outros mais crescidos depois de anos a marrar queimando as pestanas. Sentem o vazio da estagnação já que o mercado de trabalho está saturado de procura e as poucas ofertas nem chegam a ser anunciadas, porque estão prometidas aos amigos que sobem à superfície como os ratos logo que sentem o cheiro da água.
Os restantes, os que cedo se cansaram dos estudos. Já que possuem cérebros de galinha e pouco dados a trabalhos de vergar a mola. Encostam-se às esquinas para os proteger dos vícios e sempre atentos a tudo o que mexe onde a vista alcança. Fartam-se de se justificar que não levam a nada, já que é só para curtir. Mas que a muitos, lhes abrem a cova prematuramente para o martírio comendo-lhes primeiro a carne e terminam só com os ossos bem ressequidos.
Enquanto o país mergulha cada vez mais a olhos vistos nestes dramas. Os governantes desviam as atenções com comissões de inquérito a tudo o que mexe.
E enchem-nos os ouvidos com testemunhos de varias personagens a raiar a vitimização e outros mais, a choramingarem as cabalas que são alvos. Com episódios pitorescos pelo meio como: uns que não falam, mas ressalvando o embaraço que causaram ao primeiro-ministro. E dando-se o caso onde reinou a cavaqueira de um conhecimento profundo da família de um deputado presente, talvez com o intuito de desanuviar o ambiente.
Para esquecer, temos o futebol a chegar ao fim com adrenalina quanto baste.
Os bilhetes esgotam caros como o ouro na invicta, sempre palco de comemorações dos campeões, mas este ano a dar lugar aos rivais bem em frente do seu nariz. Num dérbi a descobrir o tão famoso túnel.
E bem mais a norte, oferecidos, para a euforia contagiar os jogadores na procura do golo que dará acesso a largos milhões.
E terminado o campeonato iremos ter o mundial. Assim o povo acalma por dias a sede de estender a mão a quem ofereça uma moedinha.

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