sábado, 25 de maio de 2013

O Capuchinho Amarelo



Olhei o céu, estava encoberto.
 Ameaçava chover, a qualquer momento.
O sol tentava romper as nuvens negras, para tomar de assalto o dia que já se estendia pelo espaço infinito.
 Tarefa até ao momento inglória, já que a dimensão do negro no céu, obstruía o que para lá envolvia.
Tinha pena de mim e do sol!
De mim, porque não queria arrefecer o calor que transporto, como uma chama que me guia.
Do sol, que é o motor para manter o dia belo e afastar o cenário do negro que infestava o céu bem perto das minhas mãos, que bem as esticava para com vários socos, desmembrar o carvão que invadia o céu.   
Nisto surgiste ó vento amoroso!
 Para afugentar as nuvens negras do meu caminho.
 E oferecer ao sol a chave da porta, de onde pudesse estender os braços luminosos, para chegar bem perto do meu corpo.
E pouco a pouco o dia foi-se alegrando, tomando um rosto risonho com um brilhozinho nos olhos.
O vento mantinha-se bem perto, para não dar largas às feras negras de se aproximar do capuchinho amarelo.
Este vento não tem nada de agreste.
É fantástico quando transporta alegria.
É amoroso quando tudo faz para abrir caminho ao calor, para aquecer os corações.
É apaixonado quando obriga dois seres se agasalharem dos seus delírios
, originando caricias e delicias.
Reaviva sonhos e recordações, quando se desdobra numa brisa harmoniosa.
Assim sendo, vento e sol duas conjugações num só. Como dois corpos unidos pela paixão. Ofereceram-me condições para abrir as arestas da profissão e sonhar, com um sorriso permanentemente estampado neste rosto que recupera a alegria, apesar da distancia ser aflitiva.
Terminada a tarefa, hora de regressar ao cantinho para tentar matar as saudades de momentos ainda recentes, que conferem a continuidade da felicidade. Mesmo longe do contacto físico.

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