quarta-feira, 17 de junho de 2009
Aí está o Irão
Quase a ferro e fogo, onde os apoiantes dos dois lados gladiam-se pelas Avenidas de Teerão e não só.
Tudo começou com umas eleições que declarou vencedor um candidato que desde logo se suspeitou obter um resultado que no mínimo para nós, simples observadores de sofá cheira a manipulação.
Mas para quem segue de perto, existe a certeza de serem resultados falseados e como tal umas eleições gravemente feridas no seu propósito ou seja, revelar por este meio a vontade de um povo. Que utiliza o único meio posto ao seu alcance para escolher conforme a sua consciência.
E como as manifestações ameaçam estender-se num banho de sangue pelas ruas de um país que alega combater o imperialismo mas afunda-se no radicalismo. O seu núcleo duro com o chefe supremo ayatollah Ali Khamenei, que vigia a nação como quem fecha a sete chaves o pecúlio de uma vida. Já vem a terreiro proclamar que se fará uma nova contagem, para assim dissipar todas as dúvidas que estão a levar o País para as bocas de todo o mundo e logo pelas piores razoes, numa altura que o Irão gozava de uma certa acalmia junto da comunidade internacional.
Todos os dedos estão apontados bem em riste, a este país dos ayatollahs que adopta a repressão como forma de unir um povo, utilizando a psicose vezes sem conta do mundo ser seu inimigo.
Mas como se tem visto o inimigo do Irão está agora dentro de portas, a reclamar que se anule umas eleições que se realizaram para inglês ver e não para repor a liberdade de um povo em exercer a vontade da sua consciência.
Entretanto o seu presidente Mahmoud Ahmadinejad chegou à Rússia na sua primeira visita ao estrangeiro desde a contestada eleição que o levou de novo à cadeira do poder.
Viagem que veio em boa hora para lançar um pouco de água na fervura, junto de um sector da comunidade internacional. Dado que a Rússia, se prontificou a ser o primeiro país a reconhecer que recebia Ahmadinejad como Presidente eleito das eleições iranianas. O que não é de admirar, já que o Irão é como um amigo do peito, para os russos que não tem qualquer pejo em acolher um Presidente saído de umas eleições falsas como judas.
Se pensarmos bem os Presidentes do Irão e da Rússia saíram vencedores de eleições com desfechos já traçados. O que me leva a acreditar, que serão meros foguetes nas mãos dos poderosos, onde impera os ayatollahs de um lado e o todo-poderoso Putin uma espécie de presidente sombra, que tudo houve e pensa. Escolhendo as cartas que Medvedev lançará, caindo no rumo já traçado.
Aguarda-se pela única alteração imposta, a recontagem parcial, que não dará em nada e proclamará Mahmoud Ahmadinejad como presidente do Irão, mesmo que se venha a assistir a um banho de sangue que terminará em meia dúzia de dias sem apelo nem agrado, já que ninguém acredita num volte face de um regime enraizado num fanatismo doentio pronto a fazer valer uma ideologia em volta dos ayatollahs liderados pelo Ali Khamenei.
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