quarta-feira, 10 de junho de 2009

Mais Uma Vez Tive um Sonho!



Sonhei com as estrelas. Milhentas delas que salpicam o céu.
Sei que esgotava a minha vida para as contar e mesmo assim desaparecia desta vida, sem ter um número exacto da quantidade daqueles pontos florescentes que os meus olhos descobrem sem dificuldade, numa noite limpa.
Mas o meu sonho não era o contar as estrelas, mas sim pedir um desejo. Já que cada estrela carrega um desejo dissolvido na sua luz.
Até aqui tudo maravilhoso! Estrelas, sonhos, desejos! Um êxtase de emoções sem fim.
Só que! Tinha um enorme desafio pela frente.
Um desafio que me abriria ou não as portas de encontrar a estrela com o desejo que eu pretendia.
A dificuldade estava na estrela escolhida. Porque a distancia entre mim e ela, podia ser de tal ordem infinita, que poderia levar o resto da vida a que tenho direito, para chegar até mim. E assim de nada serviria o desejo pedido, já que o seu efeito para mudar algo pretendido por mim com esse pedido, seria em vão. Já que eu tinha desaparecido do reino do comum dos mortais.
A ansiedade de descobrir o que me estava reservado, encheu o meu sonho de uma adrenalina angustiante e no meio de voltas e mais voltas na cama, dei um salto e abri os olhos.
Olhei em volta e o escuro do quarto mostrou-me a realidade. A chuva que caía em plena noite num aproximar do Verão, que mais se assemelhava ao final do Inverno que não nos quer largar. Reforçou a realidade e quase levou o sonho para o seu desmembramento.
Voltei rapidamente a fechar os olhos na esperança de o apanhar e encontrei-o no preciso momento que ele numa espécie de zigue-zague, serpenteava pelas incontáveis estrelas para desaparecer no infinito e mergulhar na escuridão para lá desse céu.
Esperei, já totalmente embrenhado neste sonho estonteante.
Esperei uma vez mais. Só me restava esperar!
Uns segundos do meu sonho, onde a uma velocidade alucinante, as estrelas eram revistadas na busca daquela que transportava o meu desejo. Mais parecia anos de angústia.
Queria a minha estrela! Queria a sua descoberta já!
Deu-me uma dor! Mais tarde vim a descobrir que foi no joelho devido a uma repentina volta na cama.
Chorei de desespero! Parecia uma criança, quando alguém lhe tira o brinquedo que mais gosta.
Chorei com receio de o sonho terminar e eu não encontrar a minha estrela. Era como encontrar uma agulha num palheiro.
Chorava e fazia gestos com o corpo para dar mais força à intensidade na procura da estrela.
Sentia o sonho a se revestir de uma escuridade, sinal de que o seu fim estava próximo. E eu próximo da loucura.
Por fim, o fim!
O fim da procura e a luz ao fundo do túnel, indicando a descoberta da estrela e a chegada para breve de novidades sobre se eu podia ter o privilégio de conhecer e usar em proveito próprio o desejo ambicionado.
Enfim vejo a estrela do meu desejo!
Tão cheia de luz, tão cheia de vida!
Tão grandiosa, tão pura. Que me senti indigno de ser o eleito para receber desta estrela divina o desejo que pedi.
E a verdade não podia ser mais límpida!
A estrela enviou-me as mensagens através dos seus raios de luz que me cegavam e só pude decifra-las, porque entraram no meu cérebro e ao percorrer todo o meu corpo, pude sentir o coração falar.
E ele disse-me de uma forma simples e tão clara!
A estrela só poderá chegar até ti, depois do fim da tua vida. Porque transporta o teu desejo que é o teu destino. A cada dia que passa ela vai estar mais próximo de ti e no final dos teus dias. Ela pousará no teu ombro esquerdo e meigamente sussurrará o último acto que o destino reservou para ti.
A única pista que abrirá para te compensar da desilusão de tanta ansiedade pela sua descoberta, num sonho tão sofrido e angustiante. É a certeza de tempos a tempos, poderes observar a distância que ela (estrela) já percorreu.
E quanto mais tempo permanecer na imensidão das suas irmãs sem conta. Mais momentos assistirei a todo o esplendor de luz sob forma de pontinhos que perfuram o espaço sem fim, vigiando cada humano no seu percurso de vida. Seja ele longo ou finito, já amanha.

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