terça-feira, 9 de junho de 2009

O Rescaldo de Um Domingo



Ainda a manha dá os primeiros passos e eu dou os meus primeiros passos sem canadianas rumo a uma recuperação total.
Sinto-me bem disposto, com cara de alegria, mesmo tendo por cenário um tempo não muito risonho, com ameaças de chuva a qualquer instante.
Estou ainda a recuperar de algumas mazelas que este fim-de-semana me brindou.
Começando pelo completo repouso, onde os minutos a dado passo, pareciam horas. E as horas mais de assemelhavam a momentos intermináveis.
Depois vieram as eleições, onde a minha escolha não foi lá muito feliz, mas confesso que não me surpreendeu dada a agitação Social que o País atravessa. Mas desde já alerto, numa reflexão sensata dentro da realidade dos números destas Eleições, para não esquecer, que os vencedores de hoje, são amanha também perdedores. Porque andamos nisto à 35 anos, no entra e sai dos dois grandes partidos. E infelizmente os governos adoptam as mesmas políticas. O que se reflecte no, cada vez mais distanciamento, dos Portugueses em relação a quem nos governa.
E terminou com um incidente caseiro, daqueles que surgem de longe a longe, num aglomerado de sensações acumuladas ao longo de um tempo e que ameaçando rebentar a qualquer momento, vira discussão e torna um bate papo intenso, com insinuações de parte a parte, que não leva a lado nenhum. Mas que no mínimo ajuda a deitar cá para fora tudo o que pensamos. E que há muito tempo andava cá dentro dos corpos a remoer, remoer pronto a explodir a qualquer momento.
Claro que nem tudo são rosas numa família, onde uns pensam que tudo já sabem. Numa certeza infantil de uma idade imatura, sem a experiência de vida que só se ganha com o desbravar de um caminho cada vez mais sinuoso e perigoso.
Outros ainda mais infantis, com o despertar ainda meio ensonado para uma vida bem acordada. Vida essa, não com dois olhos de sentinela a vigiar-nos. Mas com milhentos prontos a seguirem todos os passos que damos e a qualquer momento barra-nos o caminho, quando a direcção que tomamos não é aquela que metodicamente nos é imposta.
E por fim os restantes. Senhores de toda a certeza, com a razão do seu lado. Convicção desde muito novos e por isso de difícil abrir portas da realidade. Batalham para esse fim e é esse fim que sem duvida alimenta a fome da vivência de uma vida alicerçada nessa certeza absoluta. De que em que tudo toca, é tudo bem feito e quando existe erro, esse erro é imputado ao que estiver mais próximo.
São feitios e personalidades muitas das vezes implacáveis com as pessoas que rodeiam o seu dia a dia. Mas com o decorrer dos dias tudo volta ao normal e a vida segue o seu rumo, calma e satisfatoriamente.
Estou perante o meio da manha de um dia que será bastante fatigado e de correrias constantes.
Não é para menos, os feriados estão à porta é preciso que tudo fique resolvido profissionalmente porque só voltarei ao trabalho segunda-feira.
Serão dias seguidos para recuperar da cirurgia e para resolver conflitos caseiros que de vez em quando surgem numa família já crescida, onde os mais adultos chamam a si, uma razão que muitas das vezes não é assim tão evidente como eles querem fazer querer.

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