domingo, 7 de junho de 2009

A Incapacidade Forçada Dentro de Quatro Paredes



Sinto-me fechado! Agarrado às canadianas para onde vá!
Cada gesto é um elevar de contracções. E para minimizar o risco de agravar o que custou a operar, recolho-me a um sofá muito confortável, mas que se torna insuportável depois de horas a fio a deixar correr o tempo, entre televisão e computador. Analgésicos e gelo.
Sinto o meu mundo parado!
Sinto-me uma ave presa numa gaiola que serve para decorar o espaço de uma sala.
Entretanto o tempo passa devagar, devagarinho. E eu saturo-me com o mesmo que faço. O mesmo que tenho que cumprir, para o tempo se evaporar e chegar a hora de voltar a fazer o que sempre fiz: correr atraís do que me faz feliz!
O domingo aproxima-se e acredito que junto com a família, irei sair deste beco e procurar o ar puro para limpar este ar amorfo que me tolhe a mente, metido neste apartamento que se está a tornar numa prisão de gestos repetitivos.
É o preço que tenho de pagar, pelo meu joelho não resistir a anos de esforços contínuos, na correria atrás de uma bola, que desde muito novo, foi a paixão de uma ingenuidade infantil, que não me deixava ver mais nada a não ser um campo de futebol e tudo o que o futebol libertava.
Os filhos andam numa roda-viva. Falta-lhes o pai para tudo fazer e terão que se desembaraçar.
O mais novo é o meu braço direito. Sempre pronto para me auxiliar em tudo o que precisar. E como é louco pelo futebol, tem uma curiosidade constante em seguir a minha evolução.
A vida tem destas aventuras. Prega-nos partidas quando procuramos actividades para afastarmos o stress que nos massacra o dia-a-dia.
É enfrentá-la de peito aberto e esperar, esperar, que daqui a uma dúzia de dias, tudo volte ao normal e abraçar novamente a rotina, que nestas alturas em que me encontro preso é que dou apreço a toda a actividade que me envolvia.
Mesmo incapacitado irei exercer o meu direito de voto. Um voto que pode dar uma vitoria. E logo este, que me obrigará a esforços redobrados porque acredito que ainda não é tarde para que se ilumine o caminho da esperança numa Europa mais unida e mais justa para todos os Europeus.

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