quarta-feira, 3 de junho de 2009

O Refugio de Uma Solidão Espontânea.



Acordei com o despertador via rádio, à mesma hora e normalmente sintonizado na mesma estação. E senti um desconforto. Uma solidão momentânea.
Virei-me lentamente e procurei refugio, bem juntinho do meu amparo diário.
E como um autêntico bebé, encostei a cabeça bem pertinho ao peito da minha jovem para me confortar e para ouvir o seu coração bater.
Bater cadenciadamente para lhe dar vida e para com essa vida iluminar o meu destino e o destino da família.
Aí permaneci até ao limite da hora que me chamava, para cumprir a minha missão diária, na busca do sustento que me alivia fisicamente e me eleva numa felicidade real nestes bons anos que já me incrustam este corpo.
Que prazer! Que conforto!
Aquele pedaço de um corpo onde poisei a cabeça recheada de emoções líricas tão reais, mais se assemelhava a uma almofada extraordinariamente macia, revestida de plumas de uma leveza sem fim. Que me embalou nuns minutos de uma realidade, que sei aberta, ao mais leve indicio de necessidade.
Resvalei o meu rosto de encontro ao seio mais próximo. Beijei-o meigamente e rocei a minha barba de alguns dias no seu biquinho já duro.
Ela, a princesa dona do meu ser, deu um brusco sobressalto e encostando a mão calejada de sensações reconfortantes ao meu rosto, desviou a minha sede de prazer. Guiando o meu rosto de encontro ao seu coração, onde as batidas ecoavam e infiltravam-se pelo ouvido dentro de encontro ao cérebro que comandava o meu corpo e o controlava.
Repousei uns admiráveis minutos entre o pescoço macio e uns seios que não canso de acariciar. Que amorteceram a minha solidão espontânea e clarificaram o meu começo do dia.
Custou separar-me daquele cantinho que me resguardou uns breves minutos.
Cheguei tarde ao destino. Mas feliz com o belo despertar e encarei este começo do dia com uma Paz tao leve e encantadora.

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