quarta-feira, 17 de junho de 2009

Duas Realidades tão Desiguais e tão Perto, que Até se Tocam



No mesmo País, mais concretamente no Reino Unido assiste-se ao encontro de duas realidades bem diferentes!
Vivemos numa sociedade onde os balões de oxigénio aterram cheios de euros em Manchester devido à loucura de um clube pagar perto de cem milhões e levar a jóia da coroa dos Red Villes. Não deixando margem de manobra para pensar sequer em conservar essa jóia.
E bem perto, na famosa British Airways, foi lançada uma petição por correio electrónico numa tentativa da empresa superar a má gestão financeira, a solicitar numa espécie de aterragem de um Boeing de emergência. Um pedido a 30 mil trabalhadores para que renunciem voluntariamente ao salário, entre o período de uma semana e um mês, mas não ao trabalho.
E para que não restasse a mais pequena duvida e numa forma de dar o exemplo, o presidente da companhia aérea, decidiu não receber o seu ordenado de 72.700 euros correspondente a um mês salarial.
Aqui temos o exemplo concreto dos trabalhadores dar o “corpo ao manifesto”, é mesmo e, não receberem o salário, para assim a empresa conseguir uma lufada de ar fresco na continuação da sua actividade evitando despedimentos, que incidiam sempre nos trabalhadores que engrossam o sector visível da manutenção e como em quase todos os exemplos os quadros seriam praticamente mantidos obviamente com ligeiras excepções.
Resta saber se os trabalhadores estão receptivos a este desafio, levando-os ainda mais no encolhimento do seu orçamento, que como todos sabemos perante a crise instalada é um pau de dois bicos.
É uma medida drástica e acredito que seja a ultima hipótese de muitas que a empresa recorreu, de salvar para já, todos os postos de trabalho.
Portanto dois casos de, por um lado, choverem euros num autentico dilúvio que alagam todo o estádio do Manchester, deixando um enorme sorriso de orelha a orelha nos responsáveis deste grandioso clube, que obreiros em descobrir pérolas ainda em fase de lapidação. Transformam-nos depois em meritórios negócios, quando os resultados desportivos são no mínimo alcançados. Sabendo que no outro lado da barricada existe um clube comprador que conseguiu através de entidades bancárias, situação não muito usual nos dias que correm, as garantias para pagar a jóia pronta a mudar de ares e com a mala cheia de milhões e ilusões.
No caso seguinte, uma empresa, a mais consistente no ramo da aviação, cheia de voos negros para transportar saúde financeira a bons aeroportos. Sem entidades bancárias para amparar amaragens bem sucedidas. E como tal, recorre da maneira mais rápida e sem custos de enfrentar cara a cara milhares de trabalhadores, a rogar um apoio drástico mas sem alternativa, de todos. Para que todos possam amanha logo que novos ventos elevem as aeronaves ao cume do céu, esse mesmo céu seja a bênção de que tudo já passou e se pague o que tempos antes, se ficou por receber.

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