domingo, 6 de setembro de 2009

O Domingo Depois das Férias



Hoje sinto que algo me falta!
Sinto uma ressaca bem visível, que me está a encostar às cordas.
Ou seja, projecta-me para um canto da casa para me refugiar em mim mesmo procurando recuperar a moral, para começar uma semana que se antevê difícil, com soluções que se tem de tomar, para mais tarde não ser mesmo tarde!
Na véspera reuni-me com colegas que já não via desde que as férias chegaram. E no meio de uma simples ligação, veio a confirmação para no final da tarde no reunirmos e matar um pouco as saudades que já eram sentidas e trocar novidades que aparecem sempre na ponta da língua quando se juntam colegas de trabalho.
Começamos num bate papo rotineiro enquanto se bebia uma cerveja bem fresca, porque o tempo continua quente e sempre a lembrar a praia ali tão perto mas já um pouco saturante, que deixa um belo bronze, mas que envelhece a pele.
A boa disposição inicia uma troca de malícias amigáveis e quando demos por nós já a noite mostrava que iria chegar, como chegou o golo da Dinamarca, que fechava ainda mais a concretização de um objectivo.
Como era um prazer estarmos juntos, nada melhor que partilhar o jantar e continuar esta saga profissional que nos junta há mais de dez anos.
Entramos na marginal da Póvoa, enquanto decidíamos o cantinho onde iríamos jantar.
Vila Conde aparece com o mar em frente e estacionamos bem junto ao rio com a caravela quinhentista a dar-nos as boas vindas.
Procuramos rua acima o restaurante de boa memoria, num ano que também lá paramos no inicio de uma férias que bem recordamos enquanto escolhíamos o cabrito bem famoso nesta casa.
Portugal comprometia as aspirações,num empate com sabor a derrota. Com o hino a ser cantado por mais um português acabado de deixar de ser simplesmente brasileiro.
Mas nós abríamos as nossas aspirações a atacar aquele queijinho tão fresco com carcacinha partida aos nacos e um vinho bom, da zona minhota a fazer fronteira com Espanha.
Como necessitamos de estar unidos nesta fase do tudo ou nada para garantir a continuidade dos nossos empregos hoje tão cambaleantes. Atiramo-nos ao cabrito e às batatinhas assadas com legumes tão frescos que era um regalo assistir ao nosso apetite e às nossas tiradas patuscas embora controladas, já que estávamos num local de aspecto requintado e clientes de voz baixa.
Terminamos as sobremesas baseadas nos pudins que em casa as mulheres não conseguem acertar, mas aqui o raio do pudim valia bem o preço.
Cafezinho no final e umas tiradas entre nós do aspecto bem original do empregado sempre amável e prestável que apelidamos de Marcelino. Lá partimos para a nossa zona e novamente na marginal entre Vila e Povoa, ainda a cheirar a férias com centenas de famílias a percorrer toda aquela calçada e outras mais a encher as esplanadas, chegamos ao local do encontro. Não sem antes terminar este dia, com uma saltada ao bar do hotel, onde iniciamos este encontro. Ainda a cheirar a novo que tem o bar no topo do mesmo, com vistas espectaculares numa noite de Setembro mas quente, que convidava a ver as estrelas.
Depois do último copo para despedida cada qual regressou à sua casinha e num até segunda, sentimos que estes encontros são o que deixa saudades num tempo de vacas magras e apertos no coração.
Agora mais animado depois de uma sesta retemperadora, vou aliviar o stress do garoto equipado à Benfica, ao parque radical dar uns chutos, entre garotos que fazem do campo o seu poiso de manha à noite. E vou ter que dar uns berros para arranjar um cantinho na esperança do miúdo fazer o que mais gosta. Dar uns chutos!

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