terça-feira, 29 de setembro de 2009

Terminou a Campanha Nacional Logo, se Iniciou a Caseira




Caminhava fixo no que realmente me interessava resolver nesta cidade que não ata nem desata, adormecida num marasmo incompreensível de estagnação há longos anos, quando sou despertado pelo barulho estridente de uma carrinha a lançar baboseiras do que o Presidente da Câmara da minha cidade tornou possível nestes já longos quatro mandatos e com a promessa bem estampada nos vários painéis distribuídos pelas rotundas deste concelho, de mais um que não deveria acontecer, mas devido aos vários pedidos dos grandes amigos, aqueles que todos conhecemos acedeu a cumprir o ultimo mandato em prol dos cidadãos cá desta terrinha.
Pensei ingenuamente que tudo já se tinha acabado!
As manifestações por todo lado.
A gritaria em tudo que era praça central.
Eram beijos e abraços em mercados municipais e feiras semanais.
E no Domingo tudo isso se traduziu em votos que deram a vitória a quem fez mais por ela. E deputados a cinco partidos que serão os nossos olhos e boca, segundo eles para no Parlamento defenderem os interesses das Regiões para que foram eleitos. Mas todos sabemos se irão resguardar numa cadeira com o computador em frente subjugados às directrizes do partido para o bem da nação num combate que pouco beneficia o País já que continuamos a habitar na cauda da Europa. E muito a eles próprios, já que deram o que tinham e o que não tinham para lá estar.
Mas lá tenho que levar com mais quinze dias de barafunda politiqueira caseira!
Esta bem mais ruidosa!
Num correrio porta a porta, para convencer os habitantes que algo se vai fazer para terminar de uma vez por todas com o domínio laranja que se apossou da entrada do Município desde que o povo foi chamado para eleger o staff camarário já lá vão trinta e cinco anos. Mas mandato após mandato os Sociais-democratas vencem e convencem, não adiantando que nos grandes centros urbanos vença os Socialistas, porque nas Freguesias do interior e elas são mais de setenta. Os votos laranjas passam de pais para filhos e já os netos nascem com a certeza de serem laranjas quando forem chamados para votar.
E assim se criam caminhos alcatroados para chegar a duas casitas perdidas no monte.
Leva-se a electricidade a ruelas que iluminam os insectos que deambulam num círculo de voltas sem fim, escurecendo as lâmpadas depois de muitos deles lá ficarem colados num fim de vida tão curto mas tão clareante.
Leva-se a electricidade e telefone a um acampamento cigano, já que todos eles foram se recensear e com a certeza de votar no Partido da seta bem laranja, recomendações bem decoradas, já que à porta da secção de voto todos apontavam para a setinha e contavam o lugar que ocupava no boletim afixado à entrada. Não existia duvidas os votos eram uma certeza como dois vezes dois serem quatro!
Os filhos entram nos quadros camarários, por paga de um favor continuado já que a eleição é ganha mandato a mandato e quem diz o filho diz o vizinho que tem uma família bem composta.
E assim, temos os pais, os filhos, os filhos dos filhos e ainda os vizinhos. Todos a votar sempre no mesmo partido e assim sendo o Presidente já vai para o quinto mandato, sempre a acreditar que as gerações das freguesias perdidas por entre pinhal e ruas estreitas são os baluartes de uma eleição que à partida está ganha. Só faltando a certeza se mais uma vez a maioria aparece, para abrir as portas de par em par na aprovação sem a mínima contrariedade de documentos feitos por quem conhece a Câmara para beneficiar quem lhes ofereceu, através do voto tamanho conhecimento.
Este ano não fugirá à regra, doía a quem doer, os mesmos irão vencer como o tem feito até aqui.

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