terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Destino Dos Colegas De Infância


Dividi a minha geração com quem partilhei alguns momentos, uns mais de que outros, em quatro categorias!
Os que são hoje advogados, médicos, professores.
Assegurando cargos políticos na Câmara com pelouros na Vereação, cá da cidade ou espalhados pelo Porto onde alguns deles assentaram arrais. Eram os chamados meninos da mama!
Viviam restritos a um meio onde só eles confraternizavam, conheci-os na escola e depois no futebol, ainda era um miúdo.
Só jogavam sob indicações prévias dos papás. Treinos a terminar cedo para que não atrapalhassem os estudos, porque no fundo era o mais importante, mas embora presentes no emaranhado de colegas faziam questão de se por à parte, numa de importantes porque eram os estudiosos da época.
E hoje são o que são! Embora muitos deles com diversas cambalhotas no decorrer da vida, já que como são conhecidos, mais fácil é descobrir as suas infelicidades e não só!
Os que como eu!
Cedo deixaram os estudos, para ajudar no orçamento familiar que açambarcava uma mão cheia de bocas. Têm uma vida normal, sem muitas oscilações vivendo para a família, rodeando-a de todo o conforto e amor que possuem e procurando seguir um rumo dentro de princípios honestos e adaptados à Sociedade em que vivemos.
Os extrovertidos!
Que mostravam que sabiam um pouco de tudo e como tal pensando que estavam uns degraus acima dos restantes, cedo se viram confrontados com a realidade e como cá não conseguiam dar azo a todos os seus conhecimentos, mais da boca para fora. Resolveram bem cedo imigrar e encontrar outras paragens para seguir as suas vidas.
Muitos conseguiram juntar um bom pé-de-meia que deu para adquirir uma vida vistosa, os sacrifícios passados bem longe da família, deram frutos e estenderam-se pelos filhos e já nos netos tão queridos.
E por fim os introvertidos!
Fechados em si mesmos. Isolados de tudo e de todos. Muitos deles os bombos da festa das graçolas constantes do resto do grupo.
Fracos de espírito. Fracos alunos! Sem rasgos e acomodados ao deixa andar.
Perante isto o buraco sem fundo foi o destino da maioria deles.
Refugiaram-se no álcool e nas drogas. Que no inicio era a porta para a libertação e sentiam-se os maiores. Hoje são o cambalear de um corpo que deixa pena e que só uma moeda, serve para lembrar tempos, onde éramos tão puros e tão inocentes que deixa lágrimas nos olhos de quem está no limiar da vida.

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