quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Rosto Sempre Presente



Quero encontrar-me com um rosto que vislumbro bem longe quando a saudade aperta. E tão perto quando a noite cai, seja de lua cheia, ou de noite tão negra como breu.
Adoro aquele rosto que de tão belo se abre em dois, levando-me a uma embriaguez tão real que me põe zonzo de tanto o ver à volta.
E beijo-o, beijo-o sem fim!
Porque foi dele o sinal para o perseguir e trazer-lho até mim!
Veio em forma de pluma, tão leve e tão macio. Feliz e de sorriso aberto.
Numa pureza gritante de tanta ingenuidade palpitante, que elevava a paixão aos picos do paraíso.
Trazia a mensagem da vida. Da vida a dois por entre brumas de felicidade e olhares de responsabilidade.
Os anos passam mas a beleza mantém-se.
E o sorriso mais maduro e experiente brota com regularidade e encandeia a quem é destinado. Que de braços abertos espera tamanha oferenda.
Alturas, que se nota o rosto a raiar a tristeza por momentos de dor de quem foge, ora em momentos angustiantes, ora para sempre tornando-se pó torrente.
Corro para o beijar!
Tão meigamente e carinhosamente. Que lhe infiltro tanto amor que segundos depois ele adquire a beleza com que nasceu e aquele sorriso abre-se para mim.
Este rosto é meu, conquistado idolatrado e amado na transição de uma adolescência a raiar o adulto com pés bem assentes, numa caminhada que só parou na aceitação de seres minha.
És o nascer e o por do sol, no horizonte que se afasta de todos, mas em nós está tão perto que abençoa os nossos sentimentos.
És o rosto que percorre o mundo perscrutando toda a sua riqueza e voltas sempre com um sorriso saudoso de encontro ao colo de quem te guarda.
Quero encontrar-me com um rosto que vislumbro bem longe quando a saudade aperta, porque as horas tornam-se intensas de ansiedade, vendo-te longe de mim.
E tão perto quando a noite cai, seja de lua cheia, ou de noite tão negra como breu, quando o teu regresso a casa é sinalizado pelo bater do calçado subindo as escadas interiores que te guiam de encontro ao AC e te encaminham para os meus braços, mostrando o rosto feliz pelo reencontro.

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