domingo, 21 de junho de 2009
A Praia Trocada Pelo Jornal
Levantei-me muito cedo para dar uma saltada à praia.
Mas a família não achou a ideia interessante. Deitaram-se já a madrugada ia bem alta e então nada de se levantarem cedo. Só mudaram a posição do corpo e mandaram-me passear.
Eram nove horas e alguns minutos estava numa esplanada, a gozar a fresca da manha e a deitar os olhos ao JN, enquanto de um gole absorvia o meu café.
Nisto um vizinho, por sinal meu professor no sexto ano, entabula conversa e durante uns largos minutos conversamos de tudo um pouco, onde nos debruçamos sobre as maleitas da vida e sobre os males físicos que nos afectam. Mais a ele, recheado de algumas mazelas, que não à meio de serem curadas, deixando parte do corpo, com visíveis nódoas negras de tratamentos regulares, que segundo o professor já reformado, nem atam nem desatam.
Passado algum tempo o Prof, debandou para outras margens e então dediquei-me à leitura do jornal.
A primeira página, toda ela azulada, mostra o que o bom povo gosta de ler.
Agressões! Normalmente entre casais que já o foram e que a separação tem muitas vezes um fim nada agradável, terminando em violentas agressões, que deixam marcas para toda a vida, no quase sempre elo mais frágil, ou seja as mulheres.
Violações! Terrível drama com sequelas dramáticas no futuro para quem sofre de tamanha penetração do seu corpo e da sua mente. Em muitos casos por pessoas do seio familiar, ou então com responsabilidades delegadas por organismos estatais, na orientação da sua plena integração social.
Mortes! Sempre estranhas para a família dos pobres coitados que desaparecem desta vida, num abrir e fechar de olhos.
Mas para os mais entendidos na matéria, se resumem a actos de puro desespero. E a acontecimentos fortuitos que acabam de uma forma trágica.
Ou outros, puro assassínio levado a cabo por autores cadastrados, muito perigosos e sem o mínimo de escrúpulos para apagarem numa fracção de segundos com a vida de quem escolheu a vida mais fácil de viver à sombra da bananeira, ou tão ter a infelicidade de estar no local errado, à hora errada.
Segue-se o que já deixou de ser uma novidade e passou a ser a rotina de milhares na busca de ganhar algum dinheiro, para engrossar o reduzido vencimento. Refiro-me ao póquer, onde os portugueses já se rendem numa sedução de mãos dadas entre jogo e dinheiro.
Na política onde as novidades, são o continuar das novidades do dia anterior. Com a ressalva de José Sócrates, em negar que esteja a mudar de estilo para ganhar votos que todos sabemos é o que lhe fugiu nas eleições de há quinze dias. Aproveitando o mediático Fórum Novas Fronteiras, para o embalar nessas reflexões.
Continuo a ler o drama de uma jovem que numa greve de fome, entretanto já terminada. Esse testemunho passou a ser assumido pela sua mãe, que também já o deu por terminado. E neste faço e deixo de fazer (esperemos que fique por aqui) de greve de fome, algo de positivo germinou, a promessa de rever a mais que provável entrega da criança para adopção. Pensando eu, e todos os portugueses, que o menino irá finalmente ser entregue à sua mãe, hoje sim já com todas as capacidades para abraçar, amar e amparar todos os dias o seu filho.
O Irão continua na ordem do dia a nível internacional, temendo-se um fim trágico para quem dá largas à insatisfação, da já forte certeza de uma manipulação dos resultados eleitorais. O que está a levar o poder a exibir uma forte repressão na travagem das manifestações, esperando todos nós que o bom senso vá imperar e que as duas partes cheguem a um entendimento a bem do País e do seu povo.
No desporto é a dança das transferências e a estupefacção do ainda quente chumbo do negocio da venda do jogador portista devido aos dentes, mas quanto a mim o pretexto para que os italianos desistissem do negocio. Que seria ouro sob azul para as gentes do dragão.
Quanto ao Glorioso, ainda os ecos das peripécias de umas eleições que estão à porta, mas que ainda deviam de estar a entrar na segunda circular. E como tal afugentou a concorrência que se avizinhava feroz.
Na Necrologia descubro a lembrança de uma família que não esquece o familiar morto há quarenta anos na guerra do ultramar (Moçambique). Devido a um acidente que segundo sei roubou imensas vidas de militares portugueses.
E termino o jornal com a entrevista de Nuno Melo, na última página. Quanta honra de um político que viveu o drama de as projecções aventarem a hipótese de não ser eleito deputado europeu, o que seria trágico para o partido.
Mas que no fim nada disso se concretizou, até o seu partido elegeu, não um. Mas sim dois deputados. O que o levou a ser o protagonista durante os dias subsequentes, disparando em várias direcções, tentando acertar no inimigo que não passava de um fantasma com vários rostos.
Agora o almoço já está na mesa. E quem sabe daqui a umas horas estarei a mergulhar nas ondas de dois metros num recanto da praia que tanto gosto e me acolhe desde garotito já lá vão uns anitos.
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1 comentário:
Meu caro,
Poucos mais do que eu espaço têm feito da blogosfera um local sério. E tenho a invulgar honra de te ter perto desde os primeiros dias que por cá andei. Pedia-te por isso que passasses aqui e levantasses selo e texto que legitimamente é teu:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/06/premio-anel-de-mobius.html
Abraço,
Carlos
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