domingo, 4 de outubro de 2009

Ajudar Quem Merece Faz Mossa



Estou no relaxe de um Domingo que ameaça chuva, desde o final do almoço e refastelado no sofá fazendo uso da TV e dos seus inúmeros canais.
Passo umas horas a seguir uns filmes de acção, com as horas a avançar e a tarde a ficar escura e triste, como os dias de um Outono agora mais curtos, cada vez mais curtos. Onde a noite chega cedo e empurra-nos para o calor do lar e para a barafunda familiar.
Sinto-me neste estado molengão. Um pouco dorido, procurando o relaxe porque ontem Sábado, passei o dia no campo a ajudar com a família, a pormos a quinta apresentável, já que ameaçava entrar num descuido perigoso que alem de se tornar nada agradável para quem a ia visitar. Estava a criar um cenário nada digno para quem já lá passou belas tardes entre churrascos apetitosos. Uns mergulhos no rio que lá passa bem no coração da quinta e umas jogatanas que juntavam pais e filhos, tios e primos.
Estar em contacto com a Natureza para quem nunca viveu nesse meio e pouco percebe da poda como se costuma dizer é uma aventura que não é para todos.
Cheguei a casa de rastos. Cansado e a cheirar a lavrador com o suor entranhado no corpo.
Mas é uma loucura passar lá o dia!
É uma algazarra de animais pela quinta fora.
Ouvem-se os burros raça mirandês fêmea e macho, já lá estão há uns anos. Só comem e procriar não é com eles. O macho bem lhe chega mas nada! Não à descendência.
As ovelhas passam o dia a comer. Aqui o grande macho, carneiro de manter respeito é dono e senhor do harém. São fêmeas e fêmeas e o cabrão passa o dia no descanso depois de se empoleirar em todas elas até dizer chega.
É bonito ver por altura dos nascimentos os campos com as ovelhas e os anhos à volta das mães, pequeninos e branquinhos dão um cenário lindo.
Os perus fazem uma algazarra de doidos, também são tantos que vão encher as mesas de muitos cunhados por altura do Natal.
Os pavões são os Reis da zona destinada aos animais de capoeira.
Abrem as asas numa manifestação de beleza e até fazem parar os trabalhadores de fim-de-semana, que se cansam ao dar quatro sacholadas.
E na capoeira à de tudo: galinhas umas para matar e outros pequenotes para criar. Coelhos, com cada ninhada que só em comida vai o orçamento da quinta. Aqui o macho desempenha a preceito o seu papel atira-se, até cair para o lado.
Patos caseiros e bravos os que se aventuram a sair da zona do rio e forçam a entrada e por lá ficam presos na vedação e juntam-se aos outros.
E de vez em quando à, a visita da raposa que se aventura a descer o monte e lá vai, armar algazarra na capoeira e leva dali o sustento para engordar as crias e a si própria. Regressando alguns dias depois, sem que ninguém dê conta e não adianta fechar a sete chaves, que ela tudo derruba para abocanhar o galináceo.
Depois do almoço antes de recomeçar a labuta numa de ajuda para quem quer desfrutar da beleza desta quinta. Atravessamos a ponte privada em madeira segura por fortes cabos de aço, com mais de um século admirando aquelas águas límpidas e entramos na zona dos porcos alentejanos, onde predomina os sobreiros e lá estão os animais que tudo foçam. Viram e reviram a terra comendo tudo o que lhes aparece em frente àquele nariz.
São eles que servem de churrasco para juntar a família e passar uns domingos agradáveis neste local.
Agora ainda não consigo andar direito estou moído. Um dia de ajuda na quinta pôs-me com dores por todo o corpo, mas amanha é feriado e tudo vai voltar ao normal.

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