A Assembleia da República encheu-se de deputados principalmente de muitas caras novas, para mais um ano de debates e querelas nas interpelações.
Depois de quatro anos de maioria onde o PS, lograva ver aprovado tudo o que se debatia nesta casa, apesar de ser confrontado pela oposição, que tudo fazia para, pelas palavras muitas das vezes bastantes inflamadas, provar que o partido do governo estava no caminho do quero posso e mando. Mas no momento de votar nada podia fazer porque a maioria do PS, bastava e sobrava para ver aprovados os diplomas por si apresentados.
Só que a partir de agora nada será como dantes!
Irá existir mais confronto verbal, que irá por os cabelos em pé ao Primeiro-Ministro (outrora com maioria, a partir de agora sem essa poderosa muleta) E aos seus Ministros quando a sua vez chegar para dizer de sua justiça, perante a injustiça da oposição.
Mais moções rejeitadas e também outras mais aprovadas. Poderá se andar nisto dias a fio. E terá que existir acordos de princípio para que o governo aprove os seus diplomas já que a maioria detida até então, deixou de existir em virtude dos resultados das recentes eleições.
Portanto irão ser animados e até a raiar o confronto verbal a queimar os limites, as diversas Sessões da Assembleia já que nenhum líder da oposição se mostrou aberto a coligações e até mesmo acordos pontuais. Por menos perante a opinião pública.
O figurino do Parlamento alterou-se significativamente. Passou de uma maioria de direita para a maioria de esquerda e com o partido do governo também de esquerda, espera-se belos confrontos entre esquerdas com a direita de perna alçada a curtir o desfiar de acusações.
Mas nesta abertura, depois de umas Eleições que encheu os partidos mais pequenos de deputados. Onde vão engrossar as bancadas dos Bloquistas e dos Centristas como à muito não se via. Sendo mais acha para a fogueira, para incendiar o Hemiciclo aquando das interpelações e em alguns casos em tudo o que mexa.
E assim abriram-se as portas ao baptismo de 105 novos deputados, dos quais o filho do Presidente cá do sitio que durante 20 anos governou a seu belo prazer a Câmara sendo um dos bastiões nacionais a ser derrubado nas eleições ainda quentes, com mais surpresa que o muro de Berlim.
E lá estavam todos eles a serem recebidos pelos mais velhos, num baptismo a cheirar a praxe, dentro dos modos que se espera numa casa onde se regem os destinos da nação.
Serão 105 novos deputados que depressa aprenderão as regras com que a casa se rege, depois de passada toda aquela tremideira e os dias levarem o cheiro a carne fresca.
E não vai tardar muito que entrem no abraço que envolve a mística daquela casa, que é servir quem lá está. E não quem a vê de fora, os milhões de cidadãos que com o seu voto os puseram lá para servir o País e as regiões onde todos eles se apresentaram para serem eleitos.
Faço votos para que no meio desta mais de uma centena de novos deputados, surjam assim o desejo, grandes promessas para que possam melhorar o conceito que hoje a esmagadora maioria dos portugueses têm dos deputados da Nação.
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