segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O Dia Seguinte à Grande Vitória



Hoje corri a cidade para saber as novidades devido ao resultado eleitoral que acabou com o domínio laranja, que embandeirava em arco neste Concelho desde a primeira Eleição, já lá vão mais de três dezenas de anos.
E por onde passava só se falava da grande façanha!
Muitos gritavam que um novo 25 de Abril, nasceu em Barcelos.
Ninguém ficou indiferente ao derrube do bastião laranja na cidade e o povo de Barcelos, não se cansava de expor os seus sentimentos, numa noite longa, conforme as horas avançavam e os resultados iam aos poucos mostrando que a realidade de a Câmara mudar de partido poderia ser possível.
E foi possível!
Mas ninguém o esperava. Todos sabíamos que o PS, iria conseguir roubar a maioria ao PSD e conseguir bater-se até ao fim.
Agora vencer e por 973 votos de diferença, era pouco plausível mesmo para os mais confiantes.
Todas as Eleições realizadas até esta ultima, eram previsíveis em relação ao vencedor.
Bem cedo se descobria conforme os resultados das Freguesias do Concelho iam chegando á Sede laranja, que a vitória era um dado adquirido e duas horas depois a cidade recolhia-se num sono profundo já que nada de novo acontecia e até o PSD, nem se dava ao trabalho em festejar, já que a vitória era um dado adquirido. E já eram tantas, que se tornou um hábito.
E andamos nisto anos e anos, num mais do mesmo, só mudando um ou dois Vereadores, para que o Presidente trouxesse sangue novo para amparar as suas jogadas e alicerçasse ainda mais o total controlo de um Concelho subjugado às suas directrizes.
E a mudança deu-se porque, o povo se sentiu enganado no abuso dos preços galopantes da água que aumentou sem rei nem roque e iria por aí fora sem ninguém por fim a isso. E entrando uma nova Câmara será uma certeza o reduzir para metade os preços exorbitantes, como foi amplamente prometido!
O problema dos caulinos, que se arrastavam anos a fio em manifestações das Freguesias mais directamente envolvidas, com gravíssimos atentados aos solos, mas de nada valera. As empresas entraram campos adentro com a conivência da Autarquia.
E a indefinição do aterro sanitário que ora vai para esta Freguesia e semanas depois, pára aí que talvez já irá para outra Freguesia. Num processo pouco claro que só parou num stand bay necessário, porque as Eleições estavam à porta.
E gritante, o desemprego já arrasta famílias para se socorrer da caridade, para dar de comer aos filhos. E esta Câmara nada fez para atenuar um problema que era previsível num Concelho agarrado à Industria Têxtil, deixando que se atolasse em encerramentos e só agora perto das Eleições é que o drama do desemprego seria o principal problema a combater pela Autarquia.
E claro, um mar de gente, deixou as suas Freguesias e rumou à Avenida da Liberdade para se juntar à chegada do vencedor e mostrar-lhe que a vitória era daqueles milhares de apoiantes que levaram à queda do imperador da terra dos galos e coroasse o recente conquistador numa façanha que tão cedo irá perdurar na memória dos Barcelenses.
E como forma de pagar um apoio fantástico que deu ovos de oiro, o novo Presidente, horas depois de uma festa apoteótica, deslocou-se a uma empresa para agradecer e no meio de champanhe e brindes, prometeu cumprir tudo o que o seu programa estipulava numa campanha feita de crescendo como as ondas que de insignificantes ainda longe ganhando vida. Quando chegam ao destino final, surgem fortes e tudo vencem.
Num Concelho amorfo virado para o marasmo de uma governação que arrastava no poder vitalício que já ameaçava passar de pai para filho. Esta mudança será sem dúvida uma lufada de ar fresco bem necessário!

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