quarta-feira, 29 de maio de 2013

O Último degrau de Madeira



Tentei convidar alguém para elevar o meu dia e sentir o apelo da felicidade!
Queria oferecer uma taça de champanhe, para que o brinde elevasse o nosso entusiasmo.
E assim foi!
O restaurante era magnífico. Tinha ido lá uma vez e não me saiu da cabeça.
Bem perto do mar, onde as ondas vinham beijar os alicerces em madeira e quando a maré virava tudo do avesso, vinha bater á porta das traseiras. Mas ficando por ali já que mantinha um acordo cordial com o restaurante, visto que, lá parava imensa gente que adorava o mar e contava-lhe imensos segredos.
Ocupamos a mesa tão encostada ao mar que inúmeras vezes seguíamos o rebentar da onda e ficávamos a ver onde ia parar.
Que cenário idílico.
Estavas um espanto. Como as mulheres sabem se preparar para estas ocasiões.
Lá aguentamos o empregado cheio de delicadeza, separando os melindres do peixe maravilhoso.
E o raio do homem não saia dali.
Era o peixe, era o servir o vinho, era a atenção se estava tudo bem.
Baza homem, não vês que quero estar só, com esta maravilha de companhia. Põe-te ao largo e só apareças quando te chamarem.
Estava tudo tão perfeito que eu emocionei-me intimamente. Claro, não podia dar de bandeja tamanho trunfo para a beldade. Um homem é homem!
Conversamos pausadamente por entre murmúrios, não vá alterar o ambiente, belo demais para ser perturbado.
E conversar assim é romântico e eleva a adrenalina de um encontro.
A dado momento, já a sobremesa tinha chegado (depois de chamarmos o empregado), uma tarte caseira deliciosa, que o empregado narrou a sua composição. Num tom de voz que parecia cantar.
Apetecia-me dar-lhe um murro nos queixos. Eu ali a namorar a mulher e o Zé Tó, a emproar-se para mim.
Trás a conta e põem-te ao largo, Zé.
A minha companhia ria-se e brincava comigo.
.-Quer dizer, trouxeste-me cá para algo mais que um jantar e tens um bonequinho a cantar para ti, enquanto te diz quantas gramas de açúcar tem a tarte de maça, que vêm da Quinta do Marques, não sei quantos!
Foi um momento divertido que levou a que a minha mão encontrasse a dela e como os olhos falam em desejo, trocamos um terno beijo.
Saímos de encontro à areia. Com o mar ali tão perto.
Descalçamo-nos no último degrau de madeira
Caminhamos até á onda, sentindo a areia húmida, fazendo cocegas nos pés.
A cada passo trocávamos beijos, não conseguindo separar o nosso olhar.
De mãos entrelaçando os nossos corpos, conseguimos deixar de ouvir o vento, que se mantinha presente numa harmoniosa brisa.
Ele (o vento) e o luar eram as únicas testemunhas num cenário repleto de magia.