domingo, 19 de julho de 2009
O Domingo Que Me Sufoca
Espero que a tarde refresque um pouco para dar uma volta, talvez a casa de um amigo refastelar-me na frescura das traseiras de sua casa onde tem um churrasco pronto para petiscarmos uns entrecostos e umas postas de salmão. E bebermos umas cervejas geladas que sabem pela vida e amansam este calor.
O miúdo está impaciente, quer que jogue com ele mas não consigo por mais que me esforce, porque me dá sono!
Faz beicinho e fica pieguinhas. Já lhe dei um gelado e deixei-o ficar no computador mais tempo que o normal. Mas o puto teimoso, cisma que quer jogar e quem manda pode, lá vou eu meio sonâmbulo jogar quatro em linha, que em quatro ou cinco jogadas sou logo arrumado e a ele dá-lhe um gozo dos diabos.
Os filhos adoram ganhar aos pais, adoram sentir-se vencedores perante o cota meio envergonhado e pachorrento como neste caso. Ele ganha-me mesmo! Tem um truque bem escalonado e pumba, passado um minuto já está! Venceu-me e convenceu-me!
Mas não consigo jogar mais e zarpo para o computador.
Escrevo este pequeno trecho, enquanto ouço os Pink Floyd e olho de esguelha para ele que não consegue estar calmo, sempre a mudar de canal e a olhar para ver se eu ainda volto atrás e vou jogar com ele.
Só a música me desperta e começo a cantar à minha maneira conforme o som vai entrando nos meus ouvidos através dos fones para não incomodar quem está nas arrumações, que só um Domingo pode proporcionar.
Neste momento está com uma bola insuflável, oferecida pelos socorros a náufragos, lá da praia onde vai com o ATL.
Enche-a, dá dois murros á bola para ela ir bater no tecto da sala e depois abre-lhe a válvula de enchimento e com toda a raiva espalme-a para que todo o ar lhe saía de uma só vez.
Ó pai anda jogar! E pára de cantar feito galo! Berra o fedelho cinco palmos de gente!
Já vou! Continuo a dizer-lhe. E insisto nesta lerdice de escrever o que me rodeia para, vai se lá saber o porquê!
Entretanto está a chegar a hora de dar a tal volta de encontro ao churrasco. E sei-o porque a esposa onde quer que esteja neste apartamento que enche de paz quem quer estar no seu canto, para isso é que eu estou a pagar uma pipa de juros ao banco. Já quase grita para me preparar.
Está quase minha santa. Digo-lhe eu. Estou a escrever dizendo bem de ti, para que quem me ler saiba que és um anjo que caiu do céu mesmo no momento que eu quase me desintegrava.
Joga mas é com o teu filho que fazes bem melhor, do que dizeres palermices para meia dúzia de gatos-pingados que te lêem e te chamam aldrabão.
E no meio de mais um grito de quem manda é ela, porque chegou a hora de ela ir dar a volta que lhe renova as energias para mais uma semana do tudo ou nada, já que as férias estão aí e será uma semana que ela me vai deixar num passeio a Itália com as amigas de longa data.
Vou ter que deixar este rascunho como está senão perco pau e bola, de quem me deu umas horas maravilhosas no começo do Domingo, onde a madrugada desaparecia no horizonte e o dia nascia e eu nos braços dela abria os olhos para mais um dia. Um Domingo que é sempre Domingo.
Já vou, já vou. Ó porra tenho mesmo que ir…………….
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