domingo, 26 de julho de 2009
A Revolta De Quem já Acreditou
Sentei-me na esplanada ainda a manhã ia a meio e pedindo um café à menina já toda fresca de ombros descobertos e sorriso gracioso libertando um perfume, que deixou o ar que me rodeava durante uns segundos a cheirar a mulher de fácil contacto. Reparo no Jornal de Noticias, o único que enche os espaços onde se pode tomar algo aqui no Norte.
Estava mesmo em minha frente e de costas para mim. Ou seja com a última pagina bem estampada para o meu rosto e claro foi logo aí que comecei a dar uma vista de olhos.
A página estava pintada com a entrevista a uma actriz de teatro Guida Maria. E bem no centro trazia a sua foto. Logo que comecei a ler a resposta dela à primeira pergunta, fiquei convencido de a ler até ao fim, com a certeza de saber que iria aparecer respostas que gostamos de ler, independentemente de serem tão sinceras como ela possa as pintar. Mas acabei por ficar com a sensação de realmente reflectirem a mulher que é e acabei por alojar na retina três respostas que evidenciou.
Foi uma mulher que já teve uma vida florida. Ainda no tempo do homem que nos amordaçou da liberdade durante quarenta anos e que nessa época esta mulher vencia e retirava daí os louros de uma actividade que entusiasmava a geração que enchia o nosso país. Hoje, a geração que vai comandar os nossos destinos quando já andarmos a gatinhar para a cova, segundo ela vai “ao teatro mesmo a pagar com o telemóvel pousado” onde dantes eu pousava uma mão de encontro ao peito da companhia que me calhou em sorte. “e só tem olhos para o telemóvel, não ligando patavina para o que se está a passar no palco, mesmo a pagar o bilhete" sublinha ela!
A uma pergunta que é feita a todos os entrevistados, menos aos jogadores de futebol, sobre política e a actual governação atira de uma forma a não deixar duvidas: “Os políticos são sempre os mesmos! Só as moscas é que mudam. Mas mudam só, de uns para os outros.” Acho que quase todos nós no essencial desta afirmação concordamos!
É urgente uma nova geração de políticos! Políticos na sua natureza pura! Cem por cento profissionais. Mais virados para os cidadãos e com isso mais cientes dos seus problemas, que no fundo serão os problemas Sociais que uma sociedade dos nossos dias, deixa a nu.
E por ultimo a perda de liberdade a que ela faz referência ao dizer que “só é livre dentro da minha casa e….!” Por um lado ainda bem, já que milhões levarão meia vida a pagar as suas casas e como tal com esta crise onde muitos desses milhões andam a bater às portas dos bancos quase de joelhos com os bebés sentados nas beiras das secretárias onde derramam as lágrimas para convencerem os gerentes, também eles de pés atados sem saberem bem como lidarem com a situação e acabando por empurrar os casais para o prolongamento dos prazos, como única solução possível.
Mas não era aí que a Guida Maria queria chegar e lá terá a sua razão! Nos dias de hoje estamos a ser vigiados e nem nos passa pela cabeça de onde possa vir o tão misterioso espião! Desde que não seja um ladrão ao virar da esquina, que nos leve o pouco que ainda possuímos e nos deixe de calças na mão (quando nos deixa), já é um alivio.
Esquecendo já a vida da Guida Maria, entrei na minha e lá fui ao Porto para ir buscar os restos da tralha que ainda andava por lá espalhada, para uma desinfecção a toda a prova, num apartamento que enche o bolso do senhorio e que o jovem ainda pensa que o homem é bondoso só porque espera meia dúzia de dias pelo aluguer.
Pensava ir numa perna e regressar na outra. Quando enfrento uma fila de alguns quilómetros na A28, tudo porque na cidade poveira se iria realizar uma corrida de toiros e como o bom povo nortenho só tem touradas uma vez por ano lá entupiu todos os acessos à Póvoa do Varzim e como tal gramei quase uma hora de para arranca, onde milhares deles, de touros, só podiam ver algumas vacas que pastavam nos terrenos bem perto da entrada da cidade, porque os da praça que já nessa altura levavam bem forte com os ferros que desesperam os defensores dos animais, só em visões e elas já eram muitas já que o sol reluzia bem forte e aquecia a paciência a quem infelizmente caiu na longa fila, porque eu depois segui o meu caminho mas muitos entupiam a desgraçada entrada para a Póvoa e iriam lá permanecer mais e mais tempo, para mal dos seus pecados.
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