sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Fim do Mundo na Mente dos Jeovás


Li em rodapé enquanto acompanhava as notícias à hora do almoço, que os Jeovás iriam estudar o fim do mundo, mais coisa menos coisa.
Mas que fim do mundo!
Era eu pequenote sempre a correr para o largo de encontro ao meu futebol, quando descobria uma brecha na minha mãe e era sempre quando ela se cruzava com alguma vizinha e aí eu sabia que elas iriam cabaneirar até ao começo do almoço. Então fugia como o diabo foge da cruz e lá aparecia para me juntar aos restantes colegas nas disputas diárias de partidas renhidinhas, com um gosto especial em vencer os da rua mais acima.
E já via as designadas testemunhas de Jeová a abeirar-se do meu bairro na esperança de cativar alguma ovelha, que pudesse andar tresmalhada e descobrisse o novo rebanho junto dos Jeovás, que numa de andar aos pares, lá iam levando a água ao moinho deles e verdade se diga conseguiam os seus intentos e lá aparecia alguém conhecido de pasta na mão, bem vestido e asseado, pronto para converter mais uma ovelha.
O que acontece é que já nessa altura, os Jeovás falavam no fim do mundo que estava próximo, em virtude de todo o mal que o homem fazia ao seu semelhante.
Eles, hoje passados já uns largos anos continuam a defender a sua tese de que o fim do mundo é uma realidade, só falta saber a hora exacta a que esse enorme cataclismo irá se iniciar.
Ainda recentemente num leve toque da campainha indo eu abrir de avental, qual cozinheiro a preparar o jantar da família, pensando ser os chatos do costume a acicatar-me com as promoções dos canais por cabo. Quando dou de caras com duas senhoras de revistinhas na mão e prontas a dar-me um sermão.
E lá levei com o fim do mundo próximo, que custará a vida a todos nós e também à delas, mas como me disseram é o sacrifício que estão prontas a dar em virtude do mal que o homem faz ao seu semelhante. Lá estavam as senhoras bem-educadas e de tom harmonioso naquela voz bem ensaiada numa causa que defendem com unhas e dentes.
Mas que fim do mundo minhas senhoras! Lancei eu para me ver livre delas, senão lá ia o jantar pró caneco.
E mais uma vez as ditosas senhoras contrapuseram com a Bíblia bem aberta e lendo certas passagens tentavam convencer-me, de que realmente o fim iria chegar como a Bíblia muito bem anunciava.
Então fazendo uso da minha astúcia e levando o caso para a gracejo disse-lhes: como pode acabar o mundo e todos nós desaparecermos se o homem está esperançado em o alargar povoando Marte, muito antes de o mundo acabar como vocês assim o profetizam e estendendo este mundo e os humanos de encontro às portas do universo.
Minha senhora daqui a cem anos irá ter descendentes a pensar ir viver para outro planeta e este mundo que vocês alimentam a vontade de acabar. Será o refugo dos desterrados, os assassinos dos infelizes, os chulos dos desprotegidos da Sociedade, que hoje já invadem a nossa privacidade e a vida que sensatamente escolhemos.
Acredite meu senhor e lá levei com a bíblia bem aberta perto do meu rosto, ouvindo mais uma passagem. Olhe, olhe! Veja aqui o que diz São Paulo…………… É fácil de descobrir que não á saída para o mal que se estende pelo mundo fora e que levará ao seu fim! Não somos nós que o dizemos. É a sagrada escritura através da Bíblia, o livro sagrado que está traduzido em todas as línguas.
Vocês acreditam no fim do mundo! Eu infelizmente sou obrigado a acreditar que o jantar da família já se foi! Era notório o cheiro vindo da cozinha que já esturrava o franguito caseiro pronto a dar um arroz de cabidela de trazer água na boca.
No meio de mil desculpas e com o embaraço estampado naqueles rostos que acreditam no fim de tudo. Deixaram-me finalmente.
Não soube quando seria o fim deste mundo, mas soube que o jantar teve o seu fim ainda mal tinha começado!
O frango foi-se! O tacho ficou negro! A cozinha cheirava a esturro!
E eu se não andasse das pernas e arranjasse rapidamente uma solução para o jantar, iria ouvir das boas e de certeza o meu mundo por algumas horas iria ficar um pouco sombrio!

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